Governo anuncia medidas para evitar caos aéreo no fim do ano

Entre as novidades estão um novo terminal de passageiros em Cumbica, aumento do espaço aéreo e contratação de funcionários

Por Mônica Cardoso
Atualizado em 16 dez 2016, 00h48 - Publicado em 2 dez 2011, 17h38

Atrasos nos voos, filas nos balcões de check-in, greves de funcionários, demora na restituição da bagagem nas esteiras. Para quem pretende viajar, não é nada fácil encarar os aeroportos brasileiros no fim de ano. Para tentar evitar os constantes transtornos, a Secretaria de Aviação Civil anunciou uma série de medidas durante coletiva realizada no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, nesta sexta-feira, 2.

“Temos certeza de que não haverá caos aéreo. Em conjunto com as companhias aéreas, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), planejamos medidas para atender o aumento de demanda”, garantiu o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Em dezembro, o número de passageiros nos aeroportos brasileiros aumenta 12% em relação à média do ano.

“A situação do Aeroporto de Cumbica é crítica. Por isso, neste mês vamos aumentar a capacidade de 26 milhões para 33 milhões de passageiros ao ano”, disse. Para o dia 20 de dezembro, estava prevista a inauguração de um novo terminal, capaz de atender um fluxo de 5,5 milhões de passageiros por ano. O local vai abrigar os voos domésticos de duas companhias aéreas, ainda não definidas, além de um novo estacionamento com capacidade para 600 veículos e esteiras de bagagem verticais – as primeiras desse tipo no Brasil.

Porém, justamente durante a coletiva, parte da estrutura dos dutos de ar condicionado do novo terminal desabou e dois funcionários da empreiteira Delta, empresa contratada pela Infraero para a construção do terminal, ficaram feridos. No momento, a Infraero e a Delta avaliam se a abertura do local será adiada.

Outra medida foi aumentar o espaço aéreo em 47% nos principais centros de controle, além de criar um novo sistema de rotas entre as regiões sudeste e nordeste do Brasil e a Europa, para otimizar o fluxo do tráfego aéreo. A distância entre os aviões passou de 10 milhas para 5 milhas em outubro. “Com isso, temos um maior número de aeronaves, e mais próximas umas das outras, sem colocar em risco a segurança. Daqui a cinco anos, o objetivo é chegar a 3 milhas, como ocorre no Aeroporto JFK, de Nova York”, diz Gustavo do Vale, presidente da Infraero.

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As companhias aéreas firmaram o compromisso de reduzir o tempo de espera de check-in, ocupando todas as posições nos balcões nos horários de pico. As empresas também se comprometeram a evitar a prática de overbooking (venda de passagens acima da capacidade da aeronave) e colocar aeronaves reserva à disposição. “Se as empresas não cumprirem o acordo, poderemos puni-las com multas”, diz o ministro.

Ações mais urgentes vão vigorar de dezembro até o fim do Carnaval, época da alta temporada no turismo brasileiro. A Anac e a Infraero suspenderam as férias dos seus funcionários. A Anac mobilizou 240 servidores para trabalhar nos turnos de maior fluxo dos seis aeroportos mais movimentados do país: Brasília (DF), Confins (MG), Guarulhos (SP), Congonhas (SP), Galeão (RJ) e Santos Dumont (RJ). Já a Infraero contratou 321 funcionários das áreas de segurança aeroportuária, operações, navegação aérea e manutenção para ajudar nas melhorias propostas.

Seis módulos operacionais vão funcionar a partir de dezembro nos aeroportos de Campinas (SP), Guarulhos (SP), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Vitória (ES) e Porto Alegre (RS). Também foram adquiridos micro-ônibus, carrinhos de bagagens, pórticos e aparelhos de raio-X.

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Quanto à greve dos aeroportuários e aeroviários, que costuma ocorrer em dezembro, época do dissídio coletivo da categoria, o ministro se disse tranquilo. “Temos preocupação com uma possível greve, mas as companhias aéreas estão em processo de negociação e vão achar o melhor caminho”, disse o ministro.

 

 

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