Islândia aplicará teste de coronavírus em quem chega ao país

Declarações de saúde e outras medidas também serão instituídas. Entidade da aviação teme pelo turismo caso quarentenas compulsórias sejam deflagradas

Por Luca Occhialini
Atualizado em 20 Maio 2020, 11h16 - Publicado em 20 Maio 2020, 09h36
Haifoss waterfall, na Islândia
A fantástica cachoeira Haifoss, verdadeiro acontecimento da Islândia (Laurie Noble/Getty Images)
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A Islândia pretende abrir suas fronteiras para o turismo a partir de 15 de junho. Após registrar apenas três casos de coronavírus em maio, o governo do país decidiu que irá tornar o acesso de estrangeiros mais maleável. Para que isso ocorra, o trânsito de passageiros será controlado com uma série de medidas.

Os turistas que ingressarem na Islândia serão submetidos a um teste de coronavírus assim que chegarem no aeroporto. Após o procedimento, eles poderão se direcionar ao hotel para aguardar o resultado, que sairá no mesmo dia.

Se der negativo, a pessoa estará livre para turistar. Em caso positivo, uma quarentena de 14 dias será instituída. O isolamento também valerá para quem preferir o distanciamento em vez do teste. Até o momento, a Islândia não divulgou quem custeará os procedimentos. Uma possibilidade é o viajante ter que reembolsar o país.

Um outro cenário, que excluiria tanto o exame quanto a quarentena, seria apresentar um atestado emitido por um médico do país de origem garantindo que o viajante não está contaminado. O certificado deve ser válido no país europeu, mas ainda não foi especificado qual tipo de declaração será aceita.

O governo da Islândia anunciou que provavelmente os visitantes também precisarão baixar o aplicativo Rakning C-19, usado para o rastreamento das pessoas dentro do país. Cerca de 40% dos islandeses já fizeram o download do app. As autoridades fizeram questão de deixar claro que o recurso foi desenvolvido seguindo políticas de privacidade e só será acionado em caso de suspeita a fim de localizar possíveis portadores do vírus. 

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O Ministro do Turismo, Thordis Gylfadottir, disse: “Quando os viajantes voltarem à Islândia, nós queremos ter todos os mecanismos prontos para garantir a segurança. A estratégia de testes em larga escala, rastreamento e isolamento se provaram efetivas”. Os requisitos para poder entrar no país ainda estão sendo formalizados pelo governo e deverão ser divulgados os próximos dias. 

O país já permite a entrada de especialistas estrangeiros para trabalhar em projetos de infraestrutura, considerados vitais. Os profissionais que ingressarem na Islândia deverão seguir uma quarentena modificada, que isenta a pessoa do confinamento mediante comprometimento do empregador de tomar medidas de segurança. Jornalistas estrangeiros também podem solicitar a entrada desde 7 de maio.

A nova política de ingresso pode ser alterada a qualquer momento caso as autoridades considerarem que uma nova onda de contaminação ameace o país. Até o momento, a Islândia registrou 1.802 casos e 10 óbitos.

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A polêmica da quarentena compulsória

Nos últimos dias, países como a Espanha e o Reino Unido se mostraram favoráveis em instituir quarentena obrigatória de 14 dias a todos os passageiros que chegarem em um voo internacional em seus territórios. A possibilidade de uma medida como essa causa preocupação por praticamente inviabilizar as viagens de lazer. A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) se posicionou contrária. “Mesmo no melhor cenário, essa crise vai custar muitos empregos e interromper anos de crescimento estimulados pela aviação. Não devemos piorar esse prognóstico tornando as viagens impraticáveis com medidas de quarentena”, anunciou Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA. E continua: “Nossa proposta envolve camadas de medidas temporárias sem quarentena até que uma vacina seja disponibilizada, com passaportes de imunidade ou testes da Covid-19 quase instantâneos disponíveis em grande escala”, disse ele.

A proposta da IATA é a de impedir, na origem, viagens de quem apresenta sintomas da Covid-19 por meio de medição de temperatura e também abordar os riscos de viajantes assintomáticos, instituindo um sistema de declarações de saúde com possibilidade de rastreamento de pessoas.

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