Latam proíbe máscara com válvula – e as razões para não usá-la

O artefato vem sendo chamado de “máscara egoísta” porque protege quem usa, mas não quem está ao redor

Por Bruno Chaise Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 fev 2021, 13h15 - Publicado em 19 fev 2021, 16h24
Máscaras com válvulas serão proibidas em voos da Latam a partir de 1º de março (AFP7/Getty Images)
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A Latam comunicou que proibirá a partir de 1 de março o uso de máscaras com válvula, de qualquer modelo, a bordo de seus voos. Também estão proibidos protetores bucais, lenços e bandanas de pano, em suma, tudo o que não seja uma máscara de proteção de fato.  

Os modelos aceitos pela companhia aérea são: 

  • Máscaras cirúrgicas.
  • Máscaras filtrantes FFP2, FFP3, KN95 e N95, todas SEM válvula (na opinião da VT, são as mais recomendadas para quem for viajar de avião ou ônibus);
  • Máscaras de tecido.

A Latam não fornecerá máscaras para os passageiros e quem estiver usando um artefato que agora foi vetado será impedido de embarcar. 

Máscara “egoísta”

Os especialistas também apontam que as máscaras com válvulas acopladas são ineficazes e apresentam risco em um contexto de pandemia. Por mais que ela proteja quem a use, esse tipo de máscara permite que as partículas escapem pela válvula. Ou seja, se a pessoa que usa a máscara estiver infectada, mesmo assintomática, ela poderá expelir gotículas com o vírus e colocar em risco quem estiver perto. O artefato vem sendo chamado de “máscara egoísta” justamente porque protege quem a usa, mas não quem está ao redor.

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As máscaras com válvula são úteis para serem usadas em lugares com muita poeira, por isso ela é comum para quem trabalha em canteiros de obras, marcenarias ou com reformas. Ao permitir que o ar escape, a válvula ajuda a regular a temperatura e evita que o tecido umedeça. O artefato também é usado por profissionais de saúde, mas não no contexto de pandemia. 

A ineficácia das máscaras de pano frente às novas variantes da Covid-19

A medida da Latam se assemelha, em parte, com a da Lufthansa. A companhia alemã também proibiu máscaras com válvula pelo mesmo motivo que a aérea brasileira, mas foi mais longe: vetou máscaras de tecido à bordo, coisa que nenhuma empresa de aviação comercial brasileira fez até o momento.

Por que proibir máscaras de tecido?

Quando muito, elas impedem em 70% a entrada de partículas – no caso as que são fabricadas com três camadas. Mas a principal razão é o surgimento de novas variantes da Covid-19, que torna o vírus mais transmissível. “Isso significa que nós precisamos inalar uma quantidade menor do vírus para desenvolver a doença. Por isso é fundamental que a gente comece a utilizar máscaras melhores e que reduzam a emissão de partículas potencialmente contaminadas”, disse Vitor Mori, doutor em engenharia biomédica e pesquisador da Universidade de Vermont.

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Leia a reportagem sobre as máscaras mais adequadas para diferentes circunstâncias e escute a entrevista do pesquisador Vitor Mori no programa Café da Manhã, da Folha de S.Paulo.

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