Migração e direitos humanos são temas do Paraty em Foco

Exposições, palestras e workshops agitam a cidade fluminense. Claudia Andujar é a fotógrafa homenageada. Confira a programação

Por Giovana Christ
Atualizado em 13 set 2019, 21h46 - Publicado em 13 set 2019, 19h41
Igreja de Santa Rita, um dos ícones de Paraty, fica sempre bem na foto (Brasil2/Getty Images)
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A 15ª edição do festival Paraty em Foco (PEF) começa na quarta-feira (18) e segue até domingo (22). O tradicional evento de fotografia traz por cinco dias diversas exposições e workshops à cidade colonial fluminense.

Na edição de 2019 o tema adotado pela curadoria foi “Migrações” e a programação enaltece as profissionais mulheres da fotografia. As exposições têm como eixo temático o nomadismo humano e a perda de territorialidades pessoais, coletivas, simbólicas, econômicas e sociais.

Homenageada do ano

Imagem da exposição:
Imagem da série “Yanomami: marcados para morrer?” (Claudia Andujar/Paraty em Foco/Divulgação)

Aproveitando a comemoração de 200 anos da imigração suíça no Brasil, a fotógrafa homenageada do evento será Claudia Andujar, suíça-brasileira considerada uma das profissionais mais importantes para a história da fotografia.

Hoje com 88 anos, Andujar acompanhou, entre 1971 e 1984, a saga dos Yanomami, indígenas que foram massacrados ao longo de décadas e continuam lutando pela própria sobrevivência. São registros das atividades diárias na comunidade, rituais xamânicos e da luta da própria fotógrafa para proteger a população de doenças, violência e poluição causadas pelo garimpo e pelos planos de desenvolvimento da Amazônia durante o governo militar.

A exposição já esteve em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), e no Memorial da América Latina, ambos em São Paulo. A série “Marcados para morrer?”, da autora, será exposta na Quadra da Praça da Matriz durante o festival.

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A Grande Caravana

A Grande Caravana, Pieter Ten Hoopen
O sonho americano retratado pelo holandês Pieter Ten Hoopen (Pieter Ten Hoopen/Paraty em Foco/Divulgação)

Outro importante nome da fotografia que ganha uma retrospectiva em Paraty é o sueco Pieter Ten Hoopen, fotógrafo reconhecido internacionalmente e que teve trabalhos publicados em veículos como New Yorker, New York Times Magazine Le Monde.

A Grande Caravana, Pieter Ten Hoopen
“A Grande Caravana” estará exposta na Praça da Matriz de Paraty (Pieter Ten Hoopen/Paraty em Foco/Divulgação)

A exposição “A Grande Caravana”, de Hoopen, conta a empreitada que migrantes de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala empreenderam em outubro e novembro de 2018 para atravessar a fronteira rumo aos Estados Unidos.

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Hoopen ganhou o prêmio da World Press Photo 2019 pelo trabalho, reconhecimento mais relevante do fotojornalismo mundial. As imagens ficarão expostas na Praça da Matriz.

Silêncio

Menina, 2018. Fotografia digital. Sonia Guggisberg
Menina, 2018. Fotografia digital (Sonia Guggisberg/Paraty em Foco/Divulgação)

Sonia Guggisberg é, como Andujar, suíço-brasileira. Seu trabalho aprofundado sobre a crise migratória atual, com nome de “Silêncio”, foi registrado na Grécia, porta de entrada do continente europeu onde milhares de refugiados tentam alcançar diariamente. A exposição ficará em cartaz no Salão Nobre da Casa da Cultura até dois meses depois do encerramento do PEF.

Imigrantes no MIS

O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, parceiro do festival, contribuiu para a mostra “Fotógrafas imigrantes no acervo do IMS”, que reúne obras das artistas Alice Brill, Hildegard Rosenthal e Madalena Schwartz, destaques da fotografia moderna brasileiraAs imagens ficarão expostas no Muro da Pousada Marquesa, na rua da Cadeia, em frente ao restaurante Punto Divino.

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Workshops

Durante o festival acontecerão cursos e saídas fotográficas com duração de um dia no valor de R$ 450 para cada atividade. Os nomes confirmados são: Andreas Valentin, Eduardo Queiroga, Mateus Sá, Michele Pucarelli, Bella Scorzelli, Espen Rasmussen, Emidio Luisi, Juan Esteves e Evandro Teixeira. As inscrições podem ser feitas no site do Festival.

Além da intensa programação cultural, o Festival promove durante o ano oficinas para formação de fotógrafos em comunidades carentes, que esse ano produziu a série “Gente Daqui”; clique abaixo para assistir: 

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