Esquie com belas paisagens em Cortina D’Ampezzo, na Itália

Em meio a cidades alemãs, nos Alpes, a vila italiana tem a geologia mais bela, a comida mais caseira e a cultura mais familiar

Por Fernando Souza
Atualizado em 5 fev 2020, 17h17 - Publicado em 28 dez 2014, 11h54
Cortina D´Ampezzo - ed. 226 - ago/2014
Luz quente contra a fria paisagem em Cortina D'Ampezzo (Reprodução/Reprodução)
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Atualizado em julho de 2019

Ao cortar vales e vilas de uma Itália que fala alemão, herança do Império Austro-Húngaro, o trajeto para Cortina D’Ampezzo revela-se um dos mais interessantes (e lindos) dos Alpes. O degradê cultural se sobrepõe à fonteira, como provam as placas bilíngues e a arquitetura tirolesa em território italiano.

Happy, hit de Pharrell Williams, tocava no rádio, e eu cantava junto, feliz porque esquiaria no dia seguinte, no meu slalom possível, com uma cerveja nas pernas e a perspectiva de tirar as botas no fim do dia… O espírito do chill out alpino me arrebatara.

Nevava muito quando cheguei à região do Südtirol, oportunidade para ver o lado adverso da montanha, que força a população a retirar neve dos telhados e a colocar escavadeiras para liberar as ruas.

Cortina – onde se parla italiano – é uma estação badalada, que conhece os habitués pelo nome, como o “Mr. Barilla”, herdeiro da fábrica de alimentos. Minha estadia foi mais caseira do que descolada, no familiar hotel Ambra, mas cansei de ver madames de vison emulando Milão no Corso Italia.

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Destino de esqui - Cortina D'Ampezzo, na Itália
A turma “happy” com seus esquis em Cortina D’Ampezzo (Divulgação/Divulgação)

Na montanha, o instrutor Nicoló me incentivou a fazer curvas em paralelo até cansar. Meus tríceps sedentários, doloridos de impulsionar os esquis, doíam ainda mais nas quedas e mais ainda para me levantar. No snowboard, é a mesma coisa, e não há os bastões de apoio…

Paramos num refúgio e “almoçamos” duas Paulaner com uns tecos de Lindt. Enfim, eu me tornara um esquiador intermediário, indiferente à dor nos braços, “like a room without a roof” (como uma sala sem teto), na música de Pharrell. Voltando do rolê, um teto solar se abriu e deu tom sépia às famosas Dolomitas, os paredões alaranjados que são Patrimônio da Unesco.

Destino de esqui - Cortina D'Ampezzo, na Itália
Os Dolomites, paredões rochosos no topo de Cortina D’Ampezzo, são Patrimônio da Unesco (Thinkstock/Thinkstock)
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