Pode parecer o contrário, mas não são só os shoppings de São Paulo que se iluminam quando chega o Natal. Desde os anos 1950, muito antes, portanto, da inauguração do Iguatemi, famílias rumavam à Praça Ramos de Azevedo para curtir as árvores de luzes na fachada do mítico Mappin. Hoje, ver decoração natalina, especialmente na Avenida Paulista, virou atração turística. Até 6 de janeiro, o Dia de Reis, paulistanos e turistas veem de tudo um muito: coral, trenó, neve artificial… a cidade se cobre de luzes, a maioria dos pontos com lâmpadas de LED, mais econômicas e duráveis que as normais. A Paulista concentra de novo as atenções. De 4 a 25 de dezembro do ano passado, a avenida recebeu 480 mil pessoas apenas para ver as decorações natalinas – por causa do excesso de pedestres, a via foi interditada para carros nos dias 17, 18 e 21 de dezembro. “São Paulo fica mais aconchegante no Natal. Estou curiosa para ver este ano”, disse à VT a gerente administrativa Fernanda Prado, que carrega com ela os filhos de 2 e 14 anos.Em novembro, muita coisa já estava pronta na avenida Paulista. Como um letreiro de 8 metros de comprimento com a saudação “HOHOHO” na porta do Center 3. “Como muita gente passa por aqui de carro, decidimos saudar também os motoristas”, conta a gerente de marketing Cecília Hastings. Ali na entrada principal, até 21 de dezembro, 30 corais vão cantar Jingle Bells e outros hits na hora do almoço e no fim de tarde. Defonte ao Center 3, o Conjunto Nacional monta um presépio com 50 figuras em tamanho natural com material reciclado. Mais à fente, entre a Rua Padre João Manuel e a Alameda Ministro Rocha Azevedo, está a principal atração da via: a Praça de Natal, com um palco de 800 metros quadrados – a prefeitura, responsável pela atração, não divulgou a programação até o fechamento desta edição. A agência vizinha do banco Itaú Personnalité, no número 1294, entra no embalo e a partir de 8 de dezembro adorna seu casarão com trenós, renas, sinos, alguns Bons Velhinhos e ursinhos animados, além de prever apresentação de corais nas noites de sexta a domingo.Se o Centro já não tem o Mappin onde tudo começou, agora vê o Teatro Municipal ganhar luzes e enfeites especiais. O mesmo vale para o Pátio do Colégio, os viadutos do Chá e Santa Ifigênia, o Edifício Matarazzo e o Vale do Anhangabaú. O melhor fica para a Sé: a catedral, além das projeções de imagens em sua bela fachada, reserva shows de corais e orquestras, como a sinfônica Heliópolis, para os fins de semana do mês.Outra referência em Natal é a Rua Normandia, em Moema. A associação de lojistas não adiantou à VT se viria neve por aí, mas a iluminação sempre conquista. A neve artificial já é uma garantia na área externa do shopping West Plaza – ela cai em espetáculos de dez minutos, às 20 e às 21 horas. No Parque do Ibirapuera, onde está a árvore de Natal de 68 metros de altura, o círculo se fecha com o show das águas dançantes do Lago, que orna bem com o clima de Natal.São Paulo é enorme, vai longe em direção às montanhas e às represas, e muitos bairros se enfeitam para a deliciosa avalanche natalina. Mas, como não dá para falar de todos, saiba que a Ponte Estaiada se disfarça em árvore de Natal graças aos 40 mil pontos de LED. Já a da Represa de Guarapiranga impressiona com seus 56 metros, o equivalente a um prédio de 18 andares. Na Zona Oeste, inclua no roteiro o Pacaembu, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva e a Rua Oscar Freire – nesta última, um trio de violonistas entoa canções de Natal, repertório que você deve ter ouvido na infância, quando muitas noites podiam ser felizes, mas uma delas, a de 24 de dezembro, era felicíssima.
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