Número de desembarques domésticos aumentou quase 16% em 2011 no Brasil
Se o crescimento continuar neste ritmo, aeroportos brasileiros não darão conta da demanda de passageiros
Os brasileiros viajaram mais pelo Brasil no ano passado. O número de desembarques em voos nacionais aumentou 15,8%, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Turismo. De janeiro a dezembro de 2011, o total de desembarques domésticos somou 79.049.171 ante os 68.258.268 registrados em 2010.
Outro resultado recorde foi verificado nos voos internacionais. Foram 9.005.165 desembarques de estrangeiros no Brasil em 2011, crescimento de 13,95% em relação aos 7.902.531 de 2010. Este é o mais alto número verificado desde o início do registro de passageiros em 67 aeroportos brasileiros administrados pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Mais da metade dos voos domésticos – 33,8 milhões – se concentra nos aeroportos de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Pela ordem, são Cumbica (8,8 milhões), Congonhas (8,3 milhões), Brasília (7,2 milhões), Galeão (5,3 milhões) e Santos Dumont (4,2 milhões).
“Viajar pelo Brasil está nos planos de uma em cada três famílias brasileiras”, avalia o ministro do Turismo, Gastão Vieira, para que os dados resultam do aumento da renda do brasileiro, do interesse em colocar o turismo entre as prioridades de consumo e das facilidade de acesso ao crédito do País.
No entanto, para Marcus Reis, coordenador-geral do curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Estácio, se o aumento de voos continuar nesse ritmo, os aeroportos brasileiros, que já operam acima da capacidade, não darão conta da demanda de passageiros. “Mesmo com o investimento do governo brasileiro, é muito difícil acompanhar o crescimento da aviação, que, aliás, ocorre no mundo todo. O problema da infraestrutura aeroportuária é mundial. O avião deixou de ser um transporte de elite e passou a ser utilizado pela massa.”
Vale lembrar também que o País irá sediar dois grandes eventos mundiais: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. “O problema não serão os eventos, mas a lentidão nas obras nos aeroportos, seja para fazer o projeto, licitar e executar.”
Em relação à concentração de voos em cinco aeroportos, Reis acredita que é preciso investir em outros aeroportos nestas cidades. “A ampliação de Cumbica ou a construção de vários puxadinhos não resolverá o gargalo. São Paulo precisa de um novo aeroporto, assim como o Rio, para atender à demanda.”
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