O brega é chique: como o gênero musical reinventa Recife

Com uma legião de admiradores jovens, o estilo se mantém atual e proporciona novas experiências

Por Abril Branded Content
Atualizado em 21 dez 2017, 11h00 - Publicado em 21 dez 2017, 11h00
Lucas Logiovine, Allana Marques e Original DjCopy (da esq. para a dir.) comemoram sucesso da Brega Naite (Brega Naite/Divulgação)
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Recife, um pedacinho do Brasil, tem encantos mil*. A cidade que foi cantada pelo rei do brega, Reginaldo Rossi, falecido em 2013, se rendeu de vez ao ritmo, que ecoa pelas ruas e festas da capital pernambucana. Venha junto com o #hellocidades, projeto da Motorola que quer inspirar as pessoas a redescobrirem suas próprias cidades, e saiba onde estão as melhores pistas de dança para aproveitar o estilo que é trilha sonora de recifenses de todas as idades.

Romântico, o brega sempre teve um lugar nos corações dos que sentem demais. As paixões, a luta pela pessoa amada e, no fim, as desilusões amorosas viraram letras e mais letras de músicas que fizeram, e fazem, sucesso nas rádios e nas ruas. Mas foi há quase dez anos que o gênero começou a despertar o interesse e tocar os coraçõezinhos de um público mais jovem e classe média.

“Durante a primeira década dos anos 2000, o brega foi muito presente nos programas de auditório da TV, fazendo com que todos consumissem aquelas músicas”, avalia o jornalista e professor da Universidade Federal de Pernambuco Thiago Soares, que estuda o gênero. Autor do livro Ninguém é perfeito e a vida é assim: a música brega em Pernambuco (Selo Outros Críticos, R$ 15, 190 p.), o pesquisador detalhou o ritmo desde seu nascimento, nos anos 1960, até o seu momento mais recente, sempre buscando combater preconceitos e reafirmar a relevância da cultura popular.

“O Recife é uma capital pequena em tamanho — periferia e centro estão muito próximos. Ou seja, a própria geografia do Recife aproxima mais do que afasta. A cidade é muito misturada, e a classe média é constantemente tocada pela música brega da periferia”, explica Thiago.

Foi nesse cenário que surgiu, há quase uma década, a festa Brega Naite. Organizada pela Golarrolê, dos produtores Allana Marques e Lucas Logiovine, em sociedade com o DJ Felipe Machado, que, na noite, responde pela alcunha de Original DjCopy, a festa está no seu oitavo ano.

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“Eu sou do Jordão Alto, periferia do Recife, e sempre convivi com brega, samba e funk, mesmo curtindo rock, hardcore e [o grupo alemão de música eletrônica] Kraftwerk”, conta Felipe. “Foram oito anos de um crescimento muito natural [da Brega Naite] e movido diretamente pelo público. Fizemos uma, pediram outra, outra, o local ficou pequeno, o público mudou. Hoje a festa tem vida própria e já deve estar na quarta geração de público”, diz o DJ.

O evento acontece de dois em dois meses no espaço do Catamaran (Cais de Santa Rita, s/n) e reúne uma média de 1 500 a 2 000 pessoas por edição. A música fica por conta dos DJs residentes Original DjCopy e Allana e das bandas e DJs do circuito brega, que variam a cada festa. “Hoje fazemos parte do circuito de brega do Recife. Os artistas do brega sempre comentam o quanto é importante, pra eles, tocar no Brega Naite e destacam a infraestrutura e a produção. Eu tenho muito orgulho quando vejo a alegria e a responsabilidade que eles sentem ao tocar na festa”, comemora Felipe.

Mais nova na pista dançante, a ‘Eu quero gozar a vida com você’, produzida pela Green Music Promoções Artísticas, está na sua 11ª edição. Encabeçada pelos sócios Pedro Guigo, Pedro Diniz e Hermano Bessa, a festa teve ingressos esgotados em todas as edições, com uma média de público de 1 500 pessoas.

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“Sempre acreditamos no brega como uma cena cultural muito forte daqui, porém pouco reconhecida e explorada. A festa surgiu da ideia de atrair o público fã e carente de bons eventos nesse segmento”, diz Pedro Guigo. A ‘Eu quero gozar a vida com você’ acontece a cada dois meses no Roof Tebas (Avenida Dantas Barreto, 1396), no Centro do Recife. Pelo palco da festa já passaram nomes com Kelvis Duran, Banda Sedutora,  MC Troinha, Vício Louco e outros.

“Acho muito empobrecedor quando se diz que essas festas roubam o protagonismo dos artistas periféricos. A cultura é uma via de mão dupla – ao mesmo que essas festas se apropriam da cultura do brega, dão acesso a esses artistas a outros circuitos. Já conversei com vários artistas, e vários deles dizem que tiveram muito mais shows por contas das festas e se interessam por esses espaços. É uma via de mão dupla”, analisa o jornalista e professor Thiago Soares, que costuma curtir um brega nas festas do gênero.

Você gosta de extravasar a sofrência no brega? Se ainda não conhece bem, dá tempo de fazer uma retrospectiva ouvindo os grandes clássicos dos últimos 50 anos! Quando for dançar um brega por aí, não esqueça de usar a hashtag #hellocidades. Aproveite tudo que o Recife tem a oferecer no hub hellomoto.com.br.

*Não reconheceu os versos? Descubra a origem eles aqui.

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