8 ótimos mercados públicos do Brasil para provar comidas típicas

Pão de queijo mineiro, vatapá baiano, açaí com peixe frito e farinha de tapioca paraense... hmmm, que fome!

Por Lívia Aguiar | Edição: Ludmilla Balduino
Atualizado em 14 ago 2019, 15h21 - Publicado em 4 mar 2016, 01h54
Mercado Ver-O-Peso, em Belém (Celso Abreu/Flickr)
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Mercados públicos são centros vivos das cidades, com produtos que vêm fresquinhos do interior, comidas preparadas com tradição e esmero e um vai-e-vem de gente de todas as classes sociais, tribos e gostos. Em uma viagem, é bom visitar os mercados locais para ver as cores e provar os sabores da região – isso quando o mercado é “do bom”.

Infelizmente, algumas cidades abriram mão de seus mercados, que se tornaram muito turísticos (com mais souvenires que mercadorias do dia-a-dia) ou foram abandonados à própria sorte. Nada contra os mercados que vendem artesanato, muitos deles são ótimos lugares para comprar lembranças dos lugares visitados! Mas para provar as comidas regionais, espaços para turistas não costumam ter bons exemplos da culinária local, pois quem está de passagem não é a melhor pessoa para avaliar um bom prato típico.

Em Roma como os romanos, certo? Nesta lista, veja os melhores mercados para provar comidas típicas de diferentes regiões brasileiras.

Mercado Ver-O-Peso, em Belém (PA)

Mercado Ver-o-Peso em Belém, Pará
(Marcelo Soares/Divulgação)

O primeiro mercado público brasileiro também é a maior feira livre da América Latina, com 35 mil metros quadrados! O mercado fica à beira da baía do Guajará e dali chegam produtos incríveis de toda a bacia amazonense, como o açaí, peixes de todos os tamanhos e formatos, farinhas de mandioca de diferentes texturas e uma infinidade de frutas e ervas amazônicas que pessoas de outras regiões do Brasil sequer sonham que existem.

O mercado é movimentado 24 horas, 7 dias por semana. A Feira do Açaí começa às 4 da manhã, quando chegam barcos carregados de açaí recém-saído das palmeiras, além de diversos carregamentos de frutas amazônicas – vale a pena acordar pra visitar, voltar a dormir e retornar ao mercado para almoçar.

O que comer: pirarucu frito com açaí batido na hora e farinha de mandioca, sucos de frutas amazônicas como taperebá, bacuri e pupunha, castanha do pará (que lá se chama simplesmente “castanha”), entre outras delícias que seu estômago pedir. Bem pertinho do Ver-O-Peso, na moderna Estação das Docas, há um posto de venda de da Cairu, sorveteria deliciosa que vende sabores típicos paraenses, como açaí com tapioca, cupuaçu, muruci e bacuri.

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Mercado Central em Belo Horizonte (MG)

Corredores do Mercado Central, Belo Horizonte, Minas Gerais
(Fernando Piancastelli/Divulgação)

Com mais de 400 lojas, o Mercado Central tem queijos de diversas regiões de Minas Gerais: do queijo minas – que está entre os mais frescos – ao canastra – que, de tão curado, parece parmesão – passando pelo mágico queijo de Cruzília, que é duro por fora e mole como requeijão por dentro.Outros produtos tradicionais mineiros estão à venda e com ótimos preços, como doce de leite, goiabada, compotas de frutas variadas, biscoitos e, claro, centenas de marcas de cachaça. Também são encontrados fumos de rolo de diversas origens, temperos e ervas diversas, frutas secas à granel e outros produtos que os belorizontinos só encontram nas sinuosas ruas do Mercado Central.

O que comer: além dos quitutes mencionados acima, que podem ser levados pra casa, algumas comidas prontas são imperdíveis: pão de queijo e broinha de milho do Café Dois Irmãos (com café, obviamente), fígado de boi acebolado com jiló no Bar da Lôra e pratos típicos mineiros no restaurante Casa Cheia, como feijão tropeiro, mexido, costelinha de porco com canjiquinha e carne de porco com ora-pro-nóbis (uma folha refogada que tem gosto de quiabo).

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Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha), em Salvador (BA)

Mercado-municipal-do-Rio-Vermelho-ceasinha-de-Salvador-Bahia - Raul Golinelli
(Raul Golinelli/Divulgação)

O Mercado Modelo que me desculpe, mas o melhor da comida baiana em mercados públicos está na Ceasinha. Enquanto o Modelo, que fica no Pelourinho, concentra diversas lojas de artesanato baiano, é no Rio Vermelho que os soteropolitanos vão comprar produtos alimentícios e fazer uma boquinha. O prédio de arquitetura quadradona com cara de shopping, nem se compara ao charme do edifício antigo (que foi derrubado). Porém as lojas do mercado antigo estão nessa versão nova, então a oferta de quitutes não foi tão alterada.

O que comer: biscoitos vindos do interior da Bahia são vendidos fresquinhos e saborosos na Casa de Noca (destaque pra bolachinha de goma). Para sentar e comer, a língua de boi ao vinho do Catiguria, acarajé e pratos típicos da potente comida baiana para se comer sentado com garfo e faca nas mãos, como caruru, maniçoba e sarapatel nos botecos do Mercado, que harmonizam bem com uma cerveja gelada.

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Mercado Público de Porto Alegre (RS)

Mercado Público de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
(Mercado Público de Porto Alegre/Divulgação)

Localizado em um edifício histórico ao lado da prefeitura de PoA, o Mercado Público faz parte da tradição da cidade. Suas lojas vendem (quase) tudo que um bom gaúcho precisa em seu dia-a-dia, de peixes frescos ou salgados à erva e cuia para chimarrão.Também estão à venda diversas variedades de salames, linguiças e outros embutidos artesanais, além de queijos típicos do Rio Grande do Sul. Por causa de um incêndio que afetou 10% da estrutura do Mercado, ele foi reformado e tem cara de novo, mas a reforma também teve quês de restauração que manteve os detalhes em Art Nouveau e a geografia interna dos corredores.

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O que comer: no Bar Naval, que tem mais de 100 anos, experimente a especialidade da casa: o Bacalhau à Naval, servido com batatas, ovo cozido e grão de bico acompanhado por arroz de lula. Outra boa opção é o restaurante Gambrinus, também centenário e que serve refeições de raízes portuguesas, tem um prato inesquecível chamado “trilogia de peixes”, com côngrio, salmão e linguado.

De sobremesa, um sorvete da Banca 40, tradicionalíssima também, no Mercado Público desde 1927. Lá o sorvete é servido em bolas in natura ou em taças fartas montadas, como banana split, colegial, sundae e a bomba royal – uma apoteose gelada que combina salada de frutas, nata e três sabores de sorvete.

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Mercado Municipal Thales Ferraz, Aracaju (SE)

Mercado Municipal Antonio Franco, Aracaju, Sergipe, Brasil
(Marcos Alves/Divulgação)

Integrado a outros dois mercados municipais, o Antônio Franco e o Albano Franco (que abriga hortifrutigranjeiros), o Thales Ferraz é o mercado que acolhe a riqueza gastronômica de Aracajú, com venda de farinhas, queijos, castanhas, ervas, manteiga de garrafa, balas de jenipapo, pimentas e outras preciosidades sergipanas.No Mercado Antônio Franco, além dos souvenires tradicionais, também há uma ampla oferta de literatura de cordel que vale a pena investigar!

O que comer: os restaurantes do primeiro piso servem pratos fartos de comida do dia-a-dia, com carne de sol, feijão tropeiro e farofa com azeite de dendê. No andar de cima, o restaurante Caçarola tem como especialidade o “camarão na cueca”, feito com leite de coco. O sururu também é uma boa pedida.

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Mercado Municipal de São Paulo (SP)

Sao_Paulo_-_Mercado_Municipal Felix Tansil
(Felix Tansil/Wikimedia Commons)

Inaugurado em 1933 e decorado com belos vitrais de Conrado Sorgenicht Filho (que também assinou os vitrais da Catedral da Sé e de outras centenas de igrejas brasileiras), o “Mercadão” fica bem atrás da muvuca da Rua 25 de Março, na região comercial mais fervilhante da cidade de São Paulo.

Entrar no Mercadão dá até um certo alívio no meio de tanto vai-e-vem de produtos e pessoas da 25 e da Zona Cerealista. A Zona Cerealista, aliás, do outro lado do rio Tamanduateí, é uma região com diversos empórios que vendem castanhas, frutas secas, farinhas… É como uma segunda parte do Mercadão, mais “de raiz”. Dentro do Mercadão, o foco é nas comidas pra comer de pé ou em mesas altas.

O que comer: os pastéis de bacalhau gigantes são uma ótima pedida, mas o famoso mesmo é o sanduíche de mortadela. Se engana quem acha que ele é um sanduichinho bobo: ele vem com mais de 200g de mortadela Ceratti (considerada a melhor de seu tipo), com fatias de tomate no meio que ajudam na digestão do colosso gastronômico. É possível pedir com e sem queijo.

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Mercado Público de Florianópolis (SC)

Mercado Municipal de Florianópolis
(Rodrigo Soldon/Flickr)
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Tombado como Patrimônio Público Municipal, o Mercado foi inaugurado em 1899 e é um ponto de encontro que agrega artistas, turistas, políticos, boêmios, empresários e trabalhadores de todas as classes sociais e serviços. A ala sul do mercado, que esteve fechada por quase dois anos, foi reaberta em agosto de 2015. Mais um motivo para voltar lá se você visitou Floripa durante o período. No vão central, apresentações cultuais como performances do Boi de Mamão ou rodas de samba e pagode animam as ruas do mercado.

O que comer: no Box 32 está uma das melhores cozinhas de Floripa, de onde saem pastéis de camarão (com 100g de recheio!!), haddock escocês, caviar, lagosta, escargot e outras iguarias finas. Em bares mais modestos, é possível comer camarões fritos sequinhos e saborosos, pastel de vôngole (fruto do mar chamado regionalmente de berbigão) e peixe frito para acompanhar cerveja gelada e doses cachamel (cachaça envelhecida com mel).

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Mercado da Madalena em Recife (PE)

Mercadomadalena Paulo Camelo
(Paulo Camelo/Wikimedia Commons)

Existem diversos mercados em Recife, mas é no da Madalena que os pernambucanos vão para comer aqueles pratos tradicionais e saborosos de sua gastronomia típica. No mercado também estão à venda pássaros, peixes de diversas espécies ornamentais (coitados), remédios e alimentos para eles. É possível comprar farinhas, manteiga de garrafa, bolo de rolo e outros quitutes pernambucanos para levar pra casa.

O que comer: no café da manhã, tapioca, sem dúvidas! Com queijo coalho e coco ralado.No almoço as estrelas são muitas: arrumadinho de carne de sol ou charque com queijo coalho, macaxeira com carne de bode guisada ou carne de sol, fava frita, caldinho de peixe, cuscuz com rabada, mungunzá, cabidela, buchada e sarapatéu (para quem não tem medo de um prato mais pesado no calor de “HellCife”).o Bar do Jairo e o do Artur são alguns dos preferidos da Madalena. Para beber, cerveja gelada e cachaça artesanal, sem dúvida.

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