Artista critica fotos de turismo feliz no Memorial do Holocausto
Mais da metade das fotos que compunham o projeto Yolocaust já foram removidas a pedido dos protagonistas
O israelense Shahak Shapira, residente de Berlim, na Alemanha, divulgou na última semana um projeto que escancara motivos para que turistas não tirem fotos “posadas” no Memorial aos Judeus Mortos da Europa, também conhecido como Memorial do Holocausto.
Por meio de montagens em selfies e fotos originais de turistas, o artista muda o plano de fundo para imagens de campos de concentração chegando a um resultado que mostra o quão insensível é fazer poses engraçadinhas em um local que representa a memória de 6 milhões de judeus mortos durante o Holocausto.
Yoloucast, o nome do projeto, faz uma referência irônica ao termo #YOLO, que significa “you only live once” (você só vive uma vez) e é muito usado como legenda em posts de fotos nas redes sociais.
No dia 18 de janeiro, quando Shahak Shapira divulgou o projeto, ele exibia 12 montagens, menos de uma semana depois, 9 delas já foram removidas da página do Yoloucast por pedido dos protagonistas. O próprio site dá as instruções caso alguém queira que a foto não fique exposta.
Mesmo que as fotos tenham sido removidas, não é preciso ir muito longe para ver que tipo de clique os visitantes andam fazendo por lá. Uma busca rápida no Instagram pela geotag do Memorial do Holocausto mostra quais foram as últimas fotos postadas.
Na página do projeto, o autor fez questão de deixar claro que não existe nenhuma regra proibindo fotos felizes no Memorial do Holocausto: “é a sua consciência que escolhe a maneira que você quer registrar o local”.
Ele ainda ironiza e escreve que tirar fotos assim é uma falta de respeito com as vítimas do nazismo, mas eles provavelmente estão ocupados demais, fazendo “coisas que gente morta faz”, para se importar com isso.