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Tanque de flutuação promete amenizar efeitos do jet lag

Repórter do <strong>viajeaqui</strong> testou a técnica de flutuação que relaxa o corpo e a mente com isolamento do mundo

Por Juliane Massaoka
Atualizado em 16 dez 2016, 08h15 - Publicado em 11 dez 2012, 12h17

Se isolar do mundo por uma hora. Quem nunca desejou isso? Pois bem, essa é a proposta de uma clínica que promete aliviar, entre outras coisas, o jet lag – aquela descompensação que ocorre com viajantes quando há mudança de fuso horário. A ideia é bloquear os cinco sentidos ao entrar em um tanque que simula a densidade do Mar Morto – com 650 litros de água, 25 centímetros de profundidade e 350 quilos de sal, o que impede que as pessoas afundem.

A técnica foi desenvolvida na década de 1950 pelo cientista americano John Cunningham Lilly& e já é adotada em outros países – alguns, como a Suécia, têm o tanque em aeroportos. Até o ex-jogador de futebol Ronaldo aderiu às sessões de flutuação para descansar depois dos exercícios que topou fazer para emagrecer diante das câmeras para o país inteiro ver. Mas para saber se funciona mesmo, só testando. E foi o que eu fiz.

Ao entrar na clínica, é preciso preencher um formulário sobre saúde. Nesse momento descobri que não poderia fazer a flutuação com lentes de contato, pois se a água extremamente salgada entrasse nos olhos arderia muito – já imaginei a coisa dando errado justo comigo e os olhos queimando, mas tentei afastar o pensamento.

Depois me levaram até a sala em que fica o tanque, com pausa para o banheiro antes. Eu nem queria, mas “é bom ir, para não ter vontade de fazer xixi no tanque”, a moça que estava me acompanhando alertou. Por um momento pensei sobre a possibilidade de isso acontecer e me perguntei se eles trocam a água a cada novo cliente. Melhor não saber.

Já na sala do tanque, as últimas explicações.

Regras da flutuação
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Recomendações expostas na sala de flutuação orientam sobre os cuidados a serem tomados

A moça me mostrou o tanque, que a princípio pareceu um freezer de sorvetes, com uma espécie de tampa superior, na diagonal, por onde eu deveria entrar. Ela fez questão de mostrar o quanto a tampa era leve e que eu facilmente a abriria por dentro. Mostrou também dois botões na lateral esquerda, um deles acenderia uma leve luz azul, o outro esquentaria o ar, caso eu sentisse frio (a água se mantém sempre a 35,5ºC), mas o indicado era não usar nenhum dos dois. Ela me mostrou também entradas de ar do outro lado do tanque e me orientou a ficar com a cabeça para lá.

Tirei as lentes, tomei meu banho com certa dificuldade (quando se tem quase dez graus de miopia é difícil achar torneira ou diferenciar xampu de sabonete). Sequei o rosto, coloquei os protetores auriculares e fui para o tanque devagar.

Sentei naquela água morninha e fechei a porta. A sensação foi péssima, tudo ficou preto, parecia que eu estava num caixão com água. Abri e fechei a porta várias vezes pra me certificar de que não morreria asfixiada ali. Então deitei e comecei a boiar. Deslizei para os lados, batendo de leve nas paredes. Mesmo acostumada com piscinas, fiquei com os ombros e pescoço tensos e calculo que tenha levado pelo menos uns 20 minutos para conseguir relaxar.

Há uma ducha com acesso direto à entrada do tanque, é obrigatório tomar banho antes e depois da flutuação
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Sala com tanque de flutuação tem ducha para banho, protetores auriculares, toalhas e roupas de banho descartáveis

Já relaxada, aos poucos fui deixando de sentir a água embaixo de mim, deixando de sentir o corpo, deixando de pensar. A sensação foi de estar no espaço, sem gravidade, literalmente flutuando por aí. Não dormi, mas minha mente foi para longe, se desconectou completamente do momento presente. Embora nunca tenha meditado, imagino que a sensação da meditação seja essa: não pensar em nada, esvaziar a mente. Alguns flashes de pensamentos passaram pela minha cabeça, mas de forma inconsciente. E assim se passaram os minutos restantes até que completasse uma hora no tanque. Perdi completamente a noção de tempo e espaço, a noção do meu próprio corpo e mente.

Suavemente uma música começa a tocar para avisar que o tempo acabou. Fui me dando conta de onde estava, sentindo novamente a água e lentamente levantei, saí do tanque e fui para a ducha. Parecia que tinha dormido como uma criança. Estava em um estado de relaxamento incrível, nem parecia um dia de trabalho. Claro que esqueci a recomendação de não deixar a água salgada entrar em contato com os olhos, entrou bem pouquinho e ardeu bastante, ótimo para voltar à realidade. Mas logo enxaguei, tomei um bom banho e me vesti. Renovada.

A experiência de flutuação é também de autoconhecimento, é preciso se fechar no tanque e se isolar do mundo

A experiência de flutuação é também de autoconhecimento, é preciso se fechar no tanque e se isolar do mundo

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Depois, fiquei sabendo que alguns atletas flutuam ali para relaxar a musculatura – entre eles, Fábio Maldonado do UFC, a maratonista Adriana Silva, o judoca Tiago Camilo e o nadador Xuxa. Grávidas flutuam tentando aliviar dores na coluna e, pasmem, empresários flutuam para ter ideias. Isso mesmo, muitos empresários vão em busca da técnica para ver se, com o isolamento total do mundo e todas as suas pressões, conseguem ter novas e boas ideias. Se funciona, não sei.

Bom, o que eu sei é que tinha dormido mal por causa de uma festa no dia anterior, trabalhei o dia todo estressada e, depois da flutuação, acordei como um bebê. Depois ainda enfrentei a maratona de um show da Madonna, acordei cedo e trabalhei no dia seguinte com uma disposição que eu não achei que fosse ter.

E aí? Você encararia?

Samadhi Flotation Brasil

Onde: Clínica Inner Fit – Avenida Rebouças, 3970, 2° subsolo / Shopping Eldorado (Academia Bodytech) – São Paulo

Mais informações: tel.: (11) 2197-7373; innerfit.com.br

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Quanto: R$ 200 por sessão; pacote de três sessões por R$ 400

 

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