A 32.ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas sob a proteção do Projeto Tamar começou. Se as médias anuais dos últimos períodos de desova forem mantidas, será alcançada a marca de 15 milhões de filhotes protegidos até março de 2013, afirma Neca Marcovaldi, Coordenadora de Conservação e Pesquisa do Tamar.
De setembro a março o litoral brasileiro é visitado por quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país (a tartaruga-verde se reproduz em ilhas oceânicas de dezembro a julho). As mães voltam às praias onde nasceram para cavar um buraco e deixar seus ovos. Assim que os filhotes nascem, começa sua jornada em direção ao oceano e à maturidade, mas apenas uma pequena parcela conseguirá chegar à idade adulta.
As ameaças às tartarugas marinhas começam antes mesmo de elas nascerem. Muitos ninhos ficam em praias movimentadas e podem ser pisoteados ou atacados por animais domésticos. A iluminação artificial é outro problema, pois desorienta os filhotes, que podem morrer por desidratação, e ainda pode espantar as mães que estão prestes a desovar. “É importante ressaltar que o uso de veículo nessas áreas e a incidência de iluminação artificial são proibidos”, afirma Neca Marcovaldi.
Ainda há o lixo: na areia, atrapalha as fêmeas que querem construir os ninhos e os filhotes que precisam chegar ao mar; no oceano, pode ser confundido como alimento e às vezes é engolido por engano, podendo acarretar na morte do animal.
Para garantir o sucesso reprodutivo das tartarugas marinhas, as bases do Tamar em áreas de reprodução no litoral (Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro) vão intensificar o trabalho nas praias e no mar. A equipe de 100 agentes, composta por biólogos, oceanógrafos e pescadores locais, será reforçada por 60 trainees e estagiários e irá monitorar os locais de desova dia e noite.
A equipe do Tamar vai identificar as mães que chegam às praias para desovar, além de coletar amostras de pele para a realização de estudos genéticos. Os ninhos serão escavados para coleta e análise de dados como o tempo de incubação, a taxa de eclosão e espécie, dentre outros.
Se algum ninho estiver em local perigoso, os ovos serão transferidos para outros trechos da praia mais seguros ou serão colocados em cercados de incubação nas bases do projeto. O momento de abertura dos ninhos pode ser acompanhado nos centros de visitantes e acontece em maior intensidade entre novembro e fevereiro. O trabalho de educação ambiental e inclusão social, que já é feito junto às comunidades locais e aos turistas, continua e pode ser responsável pela manutenção de cerca de 70% dos ninhos no local original.
As informações obtidas serão armazenadas e inseridas no Sistema de Informações sobre Tartarugas Marinhas (Sitamar) e estarão disponíveis para pesquisas científicas.
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