À medida que os países começam o desconfinamento e atrações turísticas voltam a funcionar, uma série de protocolos de segurança estão sendo implementadas para impedir novas ondas de contaminações – e a tecnologia vem se mostrando uma grande aliada no processo. Iniciativas como sensores e inteligência artificial têm sido úteis na diminuição do contato físico entre as pessoas. Reunimos algumas das invenções mais recentes. Algumas beiram a distopia e parecem ficção. O Grande Irmão, de George Orwell, que vigiava a sociedade através de uma “teletela” no livro 1984, pode soar como história da carochinha.
Controle por sensores
Na Itália, o Duomo de Florença foi a primeira atração do mundo a adotar “sensores de distanciamento social”, para garantir que ninguém fique muito próximo um do outro. Cada visitante recebe, logo na entrada, um pequeno dispositivo para usar ao redor do pescoço. Caso o raio de aproximação ultrapasse os dois metros, o aparelho acende uma luz vermelha, vibra e emite sons até que as pessoas se afastem.
Outra maneira de usar sensores é para contabilizar o fluxo de frequentadores de determinado lugar. Em Portugal, painéis digitais foram instalados nos acessos à areia para impedir que elas fiquem lotadas. Os monitores registram em tempo real quantos visitantes entraram e saíram. Funciona como um semáforo: verde indica que o acesso é livre, amarelo alerta que a praia está próxima da lotação e vermelho significa que a entrada está proibida.
Quando a capacidade chega ao limite, a luz vermelha acende e o dispositivo avisa as autoridades. O nível de lotação também pode ser acompanhado antes mesmo de sair de casa por meio de um aplicativo, o Info Praia (para iOS e Android). Esse tipo de painel com sensores pode ser usado também em mercados, lojas, feiras livres e é bem possível que vejamos mais dessa tecnologia daqui para frente.
Câmeras inteligentes
Além dos sensores, outra maneira controlar o fluxo será por câmeras, mas não as tradicionais de vigilância, já bem difundidas. Lojas da Alemanha, Itália e Suíça, por exemplo, estão usando câmeras aprimoradas com inteligência artificial, capazes de identificar o número de pessoas entrando e saindo de espaços fechados e emitir avisos quando é necessário aguardar para entrar.
Outro tipo de câmera inteligente também começou a ser usada há pouco tempo nos aeroportos americanos, primeiramente no Miami International, como reportou a Fox News. Instaladas no teto, elas conseguem medir a distância entre os viajantes nas filas. As informações são categorizadas por um sistema, que analisa o quão corretamente as pessoas estão praticando o distanciamento social.
São três categorias: verde, amarelo e vermelho – sendo que o verde indica a distância ideal, de pelo menos 1,8 metros. As autoridades do aeroporto conseguem então ver o percentual por dia de cada uma dessas categorias e, assim, saber se as medidas adotadas estão funcionando ou se é preciso instituir mudanças, como aumentar a sinalização, por exemplo.
Tem ainda as câmeras que estão em desenvolvimento: em Londres, está em fase de testes uma capaz de medir a temperatura da pessoa e, em Nova York, uma outra que identifica quem está ou não de máscara.
Sem contato, por favor
Em alguns aeroportos do mundo, como o de Atlanta, nos Estados Unidos, já era possível embarcar sem nenhum tipo de contato físico. Isso porque o terminal de passageiros já possui um sistema de reconhecimento facial que permite que o viajante faça o check-in, despache bagagem e embarque no avião através de leitura facial, sem o vai-e-vem de documentos.
Outra medida para diminuir o risco de contaminação está sendo implementada nos restaurantes. Esqueça os menus impressos, que passam de uma mão para outra. Para a segurança dos clientes e dos funcionários – que teriam que constantemente higienizar os cardápios –, muitos estabelecimentos estão adotando o menu digital. Com um QR Code, clientes podem ler o cardápio no celular. Além de prática, a solução é sustentável, pois elimina os cardápios impressos.
É muito possível que o cardápio virtual se torne cada vez mais comum em cafés, bares, restaurantes e lanchonetes pelo mundo. Inclusive no Brasil, quando o país enfim diminuir drasticamente os casos de Covid-19 e começar a retomar a rotina com alguma segurança.