Em um debate entre o otimista Vinicius Lages, ministro do turismo, e empresários do setor (nem tão otimistas assim) em um hotel em São Paulo (SP) nesta quarta-feira (2), Lages afirmou que “finalmente o Brasil apresenta sua melhor imagem ao mundo, e hoje o país tem capacidade para receber uma Copa por mês”.
Segundo o ministro, essa capacidade está relacionada aos serviços da rede hoteleira e dos aeroportos, além das obras de mobilidade urbana que permitem o turista se deslocar com facilidade aos estádios das cidades-sedes.
Apesar do otimismo, ele fez algumas ressalvas sobre o sucesso do evento: “o que temos é uma consolidação da imagem hospitaleira do nosso povo. Acabamos de fazer uma pesquisa com 500 turistas estrangeiros que vieram para a Copa e eles ficaram satisfeitos com a hospitalidade e têm intenção de voltar ao país. Ainda faltam aeroportos, hidrovias, rodovias, e principalmente, falta capacitação dos trabalhadores da área de turismo. Mas a gente se virou bem no embromation, e espero que essa falta de capacitação seja sanada com a realização de cursos nos próximos meses”.
Para Lages, os próximos passos do Ministério do Turismo para aproveitar a alta exposição proporcionada pela Copa são veicular uma campanha publicitária no exterior que valorize a diversidade de destinos turísticos do Brasil, participar de eventos com empresários de diversas áreas para expandir contatos e articular o crescimento do turismo junto com outros setores, como o de agronegócios e o audiovisual. “Hoje, são produzidos mais de 150 filmes no Brasil, e eles podem servir como vitrine do país lá fora”, explica.
Como sustentar o turismo sustentável
Durante o debate, Lages mostrou preocupação com dois temas: sustentabilidade e turismo interno. Sobre sustentabilidade, o ministro comentou que esta é a primeira vez que uma Copa do Mundo possui quatro estádios que seguem normas internacionais de cooperação com o meio ambiente. Mas, segundo ele, há muito mais a fazer – principalmente porque os chamarizes turísticos do país são os seus atrativos naturais. “Eu quero uma agenda de futuro em que o Turismo possa se integrar melhor na agenda da infraestrutura urbana nas áreas de grande potencial turístico”.
Para que isso aconteça, Lages (que é novo no cargo – assumiu o Ministério em março deste ano) diz que quer ser mais ativo para debater projetos de infaestrutura com outras pastas, como a do Ministério das Cidades. “É preciso, por exemplo, fazer um mapeamento turístico do litoral brasileiro. Sou natural de Maceió, por exemplo, que tem um dos litorais urbanos mais bonitos do país e enfrenta um grande desafio de saneamento básico. Mas não quero ficar numa postura passiva, só recebendo as emendas dos deputados e senadores. Quero que pensemos juntos num mapa turístico do Brasil. Assim, podemos adequar projetos de infraestrutura para minimizar o impacto turístico”.
Brasil para brasileiros
A outra preocupação de Lages está em de criar uma estratégia para fazer com que os brasileiros conheçam a importância de seus atrativos históricos, culturais e turísticos. “Eu morei na França e lá, eu era constantemente lembrado sobre a importância de Joana D’Arc ou sobre a Queda da Bastilha. Isso não acontece aqui”.
Mesmo com essa declaração, Lages comentou sobre o complexo de vira-lata que o brasileiro costuma ter em relação ao exterior. “Precisamos parar de ter essa imagem ruim de nós mesmos. A gente precisa fazer o brasileiro se conhecer melhor e aprender a valorizar o que é nosso”.
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