Todas as novidades de Orlando, de hotéis a parques temáticos

Nunca antes na história da cidade houve tantas novidades nos parques temáticos. Nem tantos lançamentos na hotelaria, na gastronomia e no entretenimento.

Por Rosana Zakabi
Atualizado em 16 dez 2016, 07h44 - Publicado em 10 dez 2014, 12h07

Há uma verdadeira revolução acontecendo em Orlando. Nunca na história da cidade houve tantos lançamentos de peso nos parques temáticos nem tantos novos restaurantes, hotéis e centros de entretenimento dentro e fora dos complexos. A nova área do Wizarding World of Harry Potter, no Universal Studios, começa a receber os primeiros visitantes no dia 8 de julho. Em maio, a Disney concluiu a maior expansão da história do Magic Kingdom, com a abertura da Seven Dwarfs Mine Train, a Mina dos Sete Anões. E o grupo SeaWorld estreia neste ano dois brinquedos no Aquatica e no Busch Gardens – em 2013 já tinha lançado outra atração de peso, o Antarctica, no SeaWorld, o maior investimento feito pelo complexo. A cidade também está em ebulição fora dos parques. Até 2015 ela deve ganhar pelo menos quatro hotéis e mais de 20 bares e restaurantes. E em dezembro será inaugurada na região da International Drive a Orlando Eye, uma roda-gigante nos mesmos moldes da London Eye, em Londres. “As ampliações dos parques temáticos nos últimos quatro anos acabaram por impulsionar os investimentos fora deles”, diz Mary Carmen Vincent, chefe de comunicação do Visit Orlando, órgão de turismo da cidade. A consequência disso é que Orlando nunca cresceu tanto. E a tendência é que ela continue a prosperar nos próximos dois anos, atraindo ainda mais visitantes – que hoje já somam quase 60 milhões de pessoas anualmente, das quais 650 mil são brasileiros.

Universal: tudo o que você queria saber sobre a nova área do Harry Potter

No último episódio da saga Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, o bruxo e seus amigos Ron e Hermione entram no Gringotts Bank, o banco no qual os feiticeiros guardam seus pertences valiosos, para tentar recuperar uma das Horcruxes, as relíquias capazes de destruir o vilão Voldemort. Ali dentro eles embarcam num carrinho que trafega em alta velocidade, despencam de precipícios e enfentam seres de outro mundo, incluindo um dragão gigante. Pois é essa a aventura pela qual você vai passar ao embarcar no simulador Harry Potter and the Escape fom Gringotts, a grande atração do novo Wizarding World of Harry Potter, no Universal Studios. O primeiro Wizarding World, inaugurado em 2010, fica no Islands of Adventure, o outro parque do complexo Universal. Agora, essas duas áreas do Harry Potter estão interligadas por um trem, aquele que, na história, sai de Londres rumo a Hogwarts. Ou seja, na prática, quem está no Universal Studios poderá ir ao Islands of Adventure pelos trilhos, e vice-versa (contanto que compre o ingresso para os dois parques). O novo Wizarding World abre no dia 8 de julho. Nossa reportagem entrou lá antes da abertura – e conta aqui todos os detalhes. Olhando de fora, veem-se edifícios famosos de Londres, entre eles o Wyndham’s Theatre e a fachada da estação de metrô Leicester Square. Na fente deles há uma réplica do Knight Bus, o ônibus roxo em que Harry percorre a capital britânica no flme Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. De um lado do metrô está a estação de trem King’s Cross, na qual os visitantes embarcam no comboio que leva a Hogwarts – com direito a atravessar a parede de tijolinhos (por um efeito especial), tal qual a ficção; e do outro fica a entrada do Diagon Alley, o beco diagonal, onde os magos compram ingredientes e utensílios para suas poções. Ali tudo é exatamente como vemos nos filmes do bruxo. Tem a loja Weasley’s Wizard Wheezes, dos irmãos gêmeos do Ron, com jogos, brincadeiras de mágica e objetos inspirados na ficção; a Ollivanders, de varinhas mágicas (que também existe no lado do Islands of Adventure); a Madam Malkin’s Robes for All Ocasions, de uniformes de Hogwarts; e a sorveteria Florean Fortescue’s Ice-Cream Parlour, com sabores inusitados, entre eles lavanda e morango com pasta de amendoim. E no fim da rua está o Gringotts Bank, com o enorme dragão no topo, que abriga o simulador. Ao entrar no saguão do banco, uma reprodução perfeita do longa-metragem, os visitantes são recebidos pelos goblins, os duendes que cuidam do local (são bonecos que se mexem e interagem com o público). O brinquedo não é uma montanha-russa, com o carrinho se movendo a todo momento, como ocorre no Castelo de Hogwarts. Nesse caso, a emoção se deve mais às tecnologias de ponta, que misturam imagens de alta resolução 4K com efeitos 3D, colocando a gente dentro da aventura, como se fizesse parte do flme, ao lado dos personagens. Perto do Gringotts Bank fica uma casa de câmbio (de mentirinha), o Gringotts Money Exchange, na qual você pode trocar dólares por Wizarding Bank Notes, o dinheiro dos bruxos, válido para gastar nos estabelecimentos do local. A nova área vai contar ainda com dez restaurantes e lanchonetes de fast food e comida típica inglesa, como fsh and chips (peixe à milanesa com batatas fritas), sopa de ervilha, bangers and mash (salsichas assadas e acompanhadas de purê de batata) e carne de cordeiro ao molho de cerveja Guinness. Depois de se divertir no Diagon Alley, a boa é pegar o trem para Hogwarts, ou melhor, para a parte do Harry Potter no Islands of Adventure – trajeto de aproximadamente dez minutos. Os trilhos passam por cima do backstage dos parques, mas ali dentro você não vai ver nada disso: as janelas, lacradas, transmitirão imagens relacionadas ao flme, dando a impressão de que se está realmente indo em direção à escola de magia. Você pode estar se perguntando: “Qual lado é o melhor? O Harry Potter do Universal Studios ou o do Islands of Adventure?” Eu adorei o Diagon Alley porque o cenário é uma megaprodução, e toda boa novidade costuma ser excitante. Mas justiça seja feita: o vilarejo de Hogsmeade, no Islands, também é uma réplica perfeita do filme. Tem o castelo suntuoso (Hogwarts), que abriga o simulador/ montanha-russa Harry Potter and the Forbidden Journey. E conta com outras duas montanhas-russas, a Dragon Challenge, na qual dois carrinhos arrancam ao mesmo tempo, representando uma das fases do Torneio Tribruxo (do flme Harry Potter e o Cálice de Fogo), e a Flight of the Hippogrif, mais leve, que imita o voo do hipogrifo, a criatura lendária que é uma mistura de cavalo alado com águia (presente nas histórias do Harry). O fato é que os dois lados são incríveis, se complementam e vão encantar até quem nem é tão chegado no bruxinho mais famoso do planeta.

Transformers e simpsons: Robôs, palhaços e cerveja

O Transformers: The Ride 3D, uma das novas atrações do Universal Studios, ocupa um imenso e hermético caixote cinza no meio do parque. Sua fachada é decorada com letras e tubos que lembram material radioativo, além de robôs gigantes, os personagens do flme. Na entrada, outro robô (um ator fantasiado) fala grosso com os visitantes, posa para fotos – e assusta as crianças pequenas. Dentro do brinquedo, os visitantes, usando óculos 3D, participam da batalha virtual entre os Autobots (os robôs do bem) e os Decepticons (os malvados), a bordo de um carrinho. Não sou fã dos Transformers. Pelo contrário: até acho meio chato, “coisa de menino”. Mas este, na minha opinião, é o melhor simulador de todo o complexo. Eu achava que seria missão impossível superar a tecnologia de atrações como o Amazing Adventures of Spider- Man, do Homem-Aranha, ou mesmo o Castelo de Hogwarts, do Harry Potter. E o simulador dos Transformers conseguiu essa proeza. Não há piruetas nem tanto sobe e desce como no castelo, mas os efeitos especiais e a tela imensa, ocupando toda a nossa volta, fazem com que os visitantes se sintam parte de um jogo de videogame, lutando contra os vilões. A bordo do carrinho, voam pedaços de ferro em cima da gente e quase dá para sentir a bomba explodindo na nossa cara (há um efeito que imita o calor do fogo). “Com esta atração, aperfeiçoamos o modelo dos Transformers, levando-o a outro nível tecnológico”, disse Michael Bay, diretor dos flmes da série e consultor criativo do brinquedo.

Outra atração recente, a Springfeld, cidade dos Simpsons, tem uma pegada diferente. Nela, o bacana é o cenário, fel ao desenho animado, com bonecos gigantes e ambientes supercoloridos. A Taverna do Moe, igual à da história, é um bom pit stop para tomar um lanche (tem saladas, hambúrgueres gigantes, frango fito e batata fita, e a cerveja preferida de Homer Simpson, a Duf). Para comprar suvenires com os personagens, há a loja Kwik-EMart, que no seriado é um supermercado. Ali também fica o Simpsons Ride, simulador que já existia no local. Na aventura, os visitantes entram num parque de diversões virtual chamado Krustland após atravessar a boca gigante do Krusty (o palhaço malandro do desenho animado). Uma dica: não vá depois do almoço ou do lanche, porque os efeitos do brinquedo abalam até os estômagos mais fortes.

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Hotéis e restaurantes: Novos quartos, novos sabores

A Universal inaugurou em março seu hotel econômico, o Cabana Bay Beach Resort (universalorlando.com), com diárias desde US$ 119. Econômico, neste caso, não signifca modesto. Os 1 800 quartos são bem confortáveis, e metade deles tem a confguração de um apartamento, com sala equipada com sofá e TV, minicopa com micro-ondas, pia, balcão, armário e frigobar, banheiro com uma área própria para o chuveiro e quarto também com TV. A decoração do hotel inteiro é retrô, inspirada nos anos 50 e 60, com objetos e ambientes bem coloridos e móveis de época. Um capricho só. Como muitos hotéis de Orlando, o Cabana é quase uma extensão dos parques, com piscinas gigantes, tobogã, prainha artificial e várias atividades – e som alto – o dia inteiro. Além do Cabana, a Universal tem outros três hotéis upscale, todos da elegante rede Loews: o Loews Portofno Bay Hotel, o mais chique de todos, com oito restaurantes, spa e decoração inspirada na cidade de Portofno, no norte da Itália; o Hard Rock, com memorabilia roqueira que inclui sapatos da Madonna e um par de botas do Elton John; e o Loews Royal Pacifc Resort, que tem ambiente inspirado nos arquipélagos do Pacífco.

Na área gastronômica há ainda mais novidades. Até dezembro serão abertos oito restaurantes e lanchonetes no CityWalk, a área de entretenimento da Universal, que fica em frente aos dois parques do complexo. Vai ter desde cachorro- quente (Hot Dog Hall of Fame) até um tradicional italiano (com o nome provisório de New Modern Italian Kitchen Concept). Dois deles já estão funcionando: o mexicano Antojitos Authentic Mexican Food, com tortillas saborosas e carnes suculentas, e a pizzaria Red Oven Pizza Bakery, com redondas preparadas no forno a lenha com ingredientes frescos e mussarela de boa qualidade, que não deixam a desejar se comparadas às das boas pizzarias mundo afora.

Além dos parques: fora dos parques vai abrir desde roda-gigante até museu de cera

De longe dá para ver a imensa estrutura de ferro na altura do número 8400 da International Drive. A pirâmide, maior do que os edifícios ao redor, é a base da Orlando Eye, a roda-gigante de 129 metros de altura que funcionará nos mesmos moldes da London Eye, em Londres. Sua construção já começou, e a previsão é que ela seja inaugurada até o fim do ano, como parte do complexo de entretenimento I Drive 360. O local terá ainda restaurantes e uma filial do Madame Tussauds Wax Museum, o famoso museu com celebridades de cera. Essa será apenas uma das dezenas de novidades fora dos parques que Orlando vai ganhar até 2015. Perto dali fica o complexo de lojas e restaurantes Pointe Orlando (pointeorlando.com), que acabou de lançar o Minus 5 (minus5ex perience.com), um bar feito de gelo. A temperatura, como diz o nome, é de -5 °C, mas a gente recebe grossos casacos na entrada e não passa fio (contanto que vá de calça e sapatos fechados). Nos próximos meses, outros dois bares badalados também devem ser abertos no local. A charmosa cidade de Winter Park, a 20 minutos do Centro de Orlando, ganhou nos últimos dois anos lojas descoladas e bons restaurantes, entre eles The Coop (www.asouthernafair.com), inaugurado em abril, que serve uma caprichada comida caseira do sul dos Estados Unidos, e barata (come-se bem por US$ 15). Com tantos novos empreendimentos dentro e fora dos parques, a previsão é que o número de visitantes dobre nos próximos anos. Tanto é que o Greater Orlando Aviation Authority, entidade do governo responsável pela operação do Orlando International Airport, vai iniciar ainda em 2014 obras de expansão do aeroporto. Com isso, a capacidade do local passará de 24 milhões para 45 milhões de passageiros por ano.

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