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Um raio-x com os lugares mais imperdíveis da Bolívia

Não saia da Bolívia sem conhecer o seu deserto de sal, as montanhas gigantescas, os vulcões, as florestas, as cidades históricas e até uma estrada da morte

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 10 Maio 2017, 18h21 - Publicado em 10 Maio 2017, 18h21

Durante todo o tempo, ela esteve ali ao nosso lado, dividindo a fronteira com o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. Com dólar alto ou baixo, ela sempre foi um destino barato para o nosso bolso. Com menos de 1/4 do nosso território, ela concentra desertos de sal, montanhas gigantescas, vulcões, lagunas coloridas, florestas e até sítios arqueológicos com direito a pegadas de dinossauros. Ela também coleciona recordes, ostentando o lago, a cidade e o teleférico mais altos do mundo.

Então, por que, raios, demoramos TANTO para descobrir a Bolívia?

Como diz aquele velho ditado “antes tarde do que nunca”, cada vez mais a nossa vizinha anda em alta entre os viajantes e mochileiros. Não é à toa. As cidades harmonizam construções históricas com modernas, as ruas são movimentadas por uma efervescente e rica uma vida cultural e as paisagens naturais são de tirar o fôlego. A seguir, uma seleção de noves destinos imperdíveis no país. Vem com a gente:

LA PAZ

La Paz, Bolívia
Entre vales e montanhas, a maior cidade da Bolívia em um dia de sol, com o imponente Monte Ilimani ao fundo (Creative commons/Flickr/anijdam)

Rodeada pelas esplendorosas montanhas da Cordilheira dos Andes, La Paz combina as vantagens e os ares modernos dos centros urbanos com a arquitetura histórica e os costumes tradicionais. A mais de 3.600 metros acima do nível do mar, aqui, quase tudo é chamado de “o mais alto do mundo”: a capital, o teleférico, o estádio.

Além dos museus de arte pré-colombiana e das igrejas do século 19, vale a pena visitar o Mercado de Las Brujas que vende desde amuletos “mágicos” até remédios para todos los males. Na cena gastronômica, o Gustu, da chef dinamarquesa Kamilla Seidler, figura entre os melhores restaurantes da América Latina.

A 30 minutos do centro, o Valle de La Luna impressiona por suas formações rochosas que lembram o solo da lua. Cartão-postal da Bolívia, o sítio arqueológico Tiwanaku e a sua mística Porta do Sol, bem próximos do famoso lago Titicaca, atraem turistas do mundo inteiro.

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SUCRE

sucre bolívia
O casario colonial de Sucre, a cidade toda branquinha com telhados marrons, que também é capital da Bolívia (Laurens Janssen/Creative Commons/Flickr)

Oficialmente, Sucre é a capital da Bolívia. Ali está a sede do poder judicial nacional, enquanto que La Paz, também capital, abriga os órgãos nacionais administrativos e legislativos.

A cidade é dona de um centro histórico com casarões, museus, conventos e igrejas tão importantes para a compreensão do passado do país que é considerada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Mas não se engane, apesar de tranquila, ali nada é pacato. Graças à sua tradicional universidade e várias escolas, nas ruas circulam jovens que garantem a alegria dos parques, praças, bares e restaurantes da cidade.

Um dos pontos que mais recebe visitantes é o mirante do Monastério de la Recoleta que, além de uma vista panorâmica da cidade (é permitido subir no telhado da construção histórica), oferece ainda um café, onde grupos típicos se apresentam.

Visitar o Parque Cretácio, a 5 km do centro da cidade, é viajar para um passado de 68 milhões de anos. O local tem mais de 5 mil pegadas de dinossauros, além de um museu, biblioteca e um jardim temático com réplica dos animais.

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SALAR DE UYUNI

Salar de Uyuni, na Bolívia
A surreal ilusão de ótica produzida pelas águas das chuvas no Salar de Uyuni (Kazuyoshi Nomachi/Corbis/Latinstock)

Imagine rodar por horas em uma estrada desértica e, de repente, você tem a impressão de que as nuvens do céu desceram até o chão. Se você estiver em direção ao Salar de Uyuni, essa cena pode ser real – ou quase isso.

Maior deserto de sal do mundo, a planície branca ocupa uma imensidão de mais de 10 mil km². Com a ajuda da lâmina de água das chuvas, que se forma entre dezembro e fevereiro, o sal branco da terra se torna um espelho gigante que reflete no chão o céu, as montanhas e outras belezas naturais criando ilusões de ótica de tirar o fôlego.

As surpresas não param por aí. Pelo caminho, vão surgindo lagoas coloridas, bandos de flamingos, gêiseres soltando fumaça, formações rochosas impressionantes como em Arbol de Piedra e os cactos gigantes da Isla del Pescado.

Para conhecer o deserto, é preciso embarcar em tours de 3 a 4 dias, com início no povoado de Uyuni (aproveite para visitar o Cemitério de Trens) ou como uma das paradas de quem vem do Deserto do Atacama, na fronteira com o Chile. Outras atrações nas cidades ao redor são os hotéis com paredes e móveis feitos de sal.

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POTOSÍ

Potosí, Bolívia
Potosí já foi uma das mais ricas das Américas, graças à exploração de prata no Cerro Rico (ao fundo) (Thinkstock)

Uma das cidades mais altas do mundo, a quase 4 mil metros de altitude, Potosí também já foi uma das mais ricas das Américas, graças a uma gigantesca (e já exista) mina de prata encontrada por colonizadores espanhóis. Coloridos de amarelo, vermelho e azul, os casarões retratam a riqueza dos tempos coloniais.

As dezenas de prédios históricos, as igrejas com acervo de arte sacra e as várias relíquias deram à cidade o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco. A aventura fica por conta da visita às minas da montanha de Cerro Rico – ali, ainda são extraídos subprodutos minerais da prata, que têm valor mais baixo.

O tour por corredores subterrâneos, úmidos, quentes e escuros dura 3 horas e nele, é possível compreender a história e a situação econômica e social da cidade, que passou por um devastador processo de abandono depois que a prata acabou.

SANTA CRUZ DE LA SIERRA

santa cruz de la sierra – bolivia
A bela catedral ocre de Santa Cruz de la Sierra, na região “pantaneira” da Bolívia (Pietro Ferreira/Creative Commons/Flickr)
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Por ser o centro financeiro do país e dar acesso fácil a regiões como Salar de Uyuni, Potosí e La Paz, a cidade é bastante movimentada e oferece as vantagens das metrópoles. São várias as opções de restaurantes, hospedagens e transportes a preços justos. As baladas agitam as noites e várias lojas podem ser encontradas no moderno shopping center.

No centro histórico, destacam-se a Plaza 24 de Septiembre e a imponente Basílica de San Lorenzo que guarda peças sacras valiosas em seu museu e proporciona de uma das suas torres uma visão panorâmica da cidade. Para relaxar ou fazer atividades físicas, o Parque El Arenal, onde acontecem atividades culturais, é o preferido de turistas e locais.

COPACABANA

Ilha do Sol, Bolívia
A imensidão azul do Lago Titicaca, visto da Isla del Sol (Reprodução/Reprodução)

Sim, Bolívia também tem a sua Copacabana. Mas nada de mar e azaração. Em comum, bares, cafés, hostels, mercados, lojas de artesanato e muito turista que divide as ruas com senhoras de ponchos coloridos, saias rodadas e tranças milimétricas nos cabelos.

A cidade vive às margens do Lago Titicaca, de onde saem as trutas fresquinhas que abastecem os restaurantes da região e é salpicado por mais de 80 ilhas. Entre elas, a mais famosa é a Isla del Sol, cercada de história e lendas. Além das praias paradisíacas e trilhas vertiginosas, a ilha tem vista para os picos nevados dos Andes, templos incas, ruínas e santuários dedicados ao deus Sol.

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ORURO

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O animado desfile de Carnaval pelas ruas de Oruro (Aaron Fellmeth Photography/Creative Commons/Flickr)

Famosa pelo seu carnaval folclórico, com um misto de tradições andinas com católicas, Oruro não perde oportunidade para fazer desfiles pelas ruas.

Nessas ocasiões, centenas de pessoas usam os mais variados e coloridos trajes típicos e vão em direção ao Santuario de la Virgen del Socavón, um dos pontos turísticos mais concorridos da cidade por suas imagens sacras, seu museu de mineração e o mirante que assegura uma visão panorâmica da região.

Oruro também abriga vários museus como o de arte, de arqueologia e de mineralogia, entre outros. Para quem gosta de banhos termais, deve aproveitar as águas quentes e medicinais dos balneários de Capachos e Obrajes.

ESTRADA DA MORTE

estrada da morte – bolivia
Pelas curvas da Estrada da Morte, nos arredores de La Paz – para os mais aventureiros, dá para ir de bicicleta (Mauricio Frias/Creative Commons/Flickr)

A Estrada da Morte é só para quem quer muita emoção, adrenalina pura e pedalar montanha abaixo. Normalmente o percurso é feito de bike, mas também pode ser a bordo de moto ou de carro. A aventura começa a 4.700 metros de altitude em La Cumbre, perto de La Paz, e vai descendo por suas curvas sinuosas ao longo de 64 km.

A estrada tem apenas 3 metros de largura, margeada de um lado pelo paredão rústico da montanha e pelo outro por precipícios de até 900 metros de altura.

Não espere por asfalto na pista. O solo é de terra e cheio de cascalhos. Em alguns trechos, pode chover, nevar ou a neblina atrapalhar a visão.

A recompensa da façanha é encontrar pelo caminho várias cachoeiras, rios, bosques, picos nevados, lhamas e aves emoldurando a paisagem. Para percorrer o trajeto em segurança, opte por contratar os passeios e tours de uma agência de viagem – há várias em La Paz, principalmente nos arredores do Mercado de Las Brujas.

PARQUE NACIONAL DE TOROTORO

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As paisagens insólitas do Parque Nacional Torotoro (David Morris/Creative Commons/Flickr)

Grandiosidade define esse lugar montanhoso com desfiladeiros, vales e cachoeiras de deixar arrepiado até os mais aventureiros. Cânions e penhascos apresentam pinturas rupestres e ruínas de civilizações antes dos incas. Cerca de 2 mil pegadas de dinossauros se espalham pelo parque.

A imensa Caverna de Umajanta merece ser explorada minuciosamente para aproveitar a beleza de suas galerias e das estalactites e estalagmites que se elevam do chão e pendem do teto em formas inusitadas.

Todo esse cenário se completa ainda com árvores centenárias, piscinas naturais e pontos estratégicos que formam verdadeiros mirantes com visão panorâmica de tirar o fôlego.

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