Urinóis a céu aberto causam polêmica em Paris

Ainda que ecológicos e práticos, os uritrottoirs enfrentam a rejeição dos parisienses

Por Lilian Hamatsu
Atualizado em 31 ago 2018, 19h00 - Publicado em 31 ago 2018, 19h00
Urinol à beira do Sena, Paris
 (Thomas Samson/Getty Images)
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Esqueça a Torre Eiffel, o Louvre e os cadeados presos à icônica Pont des Arts, em Paris. Atualmente, os olhos de turistas e principalmente dos parisienses têm se fixado em meros urinóis.

Devidamente sinalizados por placas chamativas, cúbicos e rubros, os intitulados “uritrottoirs” (combinação das palavras urina + calçada) começaram a ser instalados pela prefeitura no último mês de julho. E eles ainda são ecologicamente corretos. Revestidos de palha, a urina em contato com o material resulta em composto orgânico que pode ser usado como adubo nos canteiros da cidade.

O artefato, já adotado em outras cidades europeias como Edimburgo e Amsterdã, mostrou-se especialmente impopular na Cidade Luz, principalmente na região onde está localizada a Catedral de Notre Dame. Alguns locais alegam que o mictório a céu aberto, instalado próximo ao monumento e em frente ao Rio Sena, por onde passam diversos cruzeiros e outras embarcações, prejudica a imagem da histórica localidade. Para os moradores contrários aos mictórios, embora as caixas vermelhas ajudem a combater os odores desagradáveis e facilitem o despejo dos dejetos líquidos, são uma ofensa.

Passado um mês da instalação dos quatro urinóis, a prefeitura já identifica um novo problema: a depredação. Ativistas do movimento RadFem, grupo das feministas radicais, protestaram contra o suposto sexismo presente nos objetos, que favorecem apenas aos homens, com pichações e pôsteres pregados aos uritrottoirs.

Militantes do Femen, outro grupo dos mais aguerridos na causa feminista, fizeram a seguinte declaração à imprensa local: “é discriminatório e ultrajante para mulheres e crianças que fazem uso desses espaços terem que presenciar um homem urinando, principalmente em um país onde amamentação em público permanece como tabu”.

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