Vilarejo que inspirou os cenários de Frozen lota de turistas

Na última década, o número de pessoas que visita a cidade austríaca de Hallstatt, a pouco mais de uma hora de Salzburgo, passou de 100 para 10.000 por dia

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 23 fev 2020, 12h05 - Publicado em 9 jan 2020, 16h49
Hallstatt, Áustria
 (Dimitry Anikin/Unsplash/Reprodução)
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Espremida entre um lago e uma cadeia montanhosa, Hallstatt sempre foi um cenário digno de conto de fadas. Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1997, esse minúsculo vilarejo austríaco possui apenas 778 moradores e é realmente pitoresco, com uma sequência de casas em estilo alpino.

O cenário de fato lembra Arendelle, o reino fictício onde se desenrolam os filmes Frozen, de 2013, e Frozen II, que chegou aos cinemas brasileiros recentemente, em 2 de janeiro. No panorama, destaca-se a torre de uma igreja luterana, que corresponde com a torre central do castelo onde vivem as personagens Elsa e Anna.

Como a Disney costuma se basear em lugares reais para criar os cenários de suas animações, reforçou-se o boato de que Hallstatt, a pouco mais de uma hora de Salzburgo, teria sido a inspiração para Arendelle.

Hallstatt, Áustria
A Arandelle de Frozen e a vila de Hallstatt, na Áustria (Walt Disney Studios / Nick15/Reprodução/Reprodução/Pixabay)

 

Em 2010, ou seja, antes do lançamento do primeiro filme, a cidade recebia cerca de 100 visitantes por dia. No ano passado, esse número pulou para mais de 10 000 turistas a cada dia. O aumento teve impactos positivos e negativos.

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Por um lado, Hallstatt conseguiu se tornar independente financeiramente e agora tem dinheiro de sobra para investir em obras e projetos públicos. O comércio local também se beneficiou: seus estabelecimentos, que antes abriam só no verão e na primavera, agora operam o ano inteiro.

Por outro, os preços do vilarejo decolaram: passou-se a cobrar um euro para cada um que quiser usar o banheiro. O excesso de lixo também se tornou um problema comum e os moradores se queixam do excesso de turistas, que lotam as ruas das antes pacíficas ruelas.

Em entrevista ao Washington Post, a proprietária de um hotel local, Verena Lobisser, disse que “muitos visitantes realmente pensam que estão em um parque temático”. Na mesma matéria, há relatos de turistas que entraram em casas privadas para dar uma olhadinha ou usar o banheiro, além de reclamações de um morador, Sepp Krumböck, que se deparou com um drone voando bem em frente à janela do seu quarto.

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O prefeito de Hallstatt, Alexander Sheutz, também se posicionou sobre o assunto. Apesar de não existir uma maneira de barrar a entrada de turistas, ele afirmou que gostaria de reduzir o número de visitantes para pelo menos um terço.

Sucesso entre os asiáticos

Réplica de Hallstatt em Huizhou, Guangdong, China
A réplica chinesa de Hallstatt (China.org.cn/Divulgação)

A maioria dos turistas que vêm visitando Hallstatt nos últimos anos são asiáticos, principalmente vindos da China, de Hong Kong, do Japão – e da Coréia do Sul. O sucesso entre o sul-coreanos, especificamente, tem uma explicação que vai além do fenômeno de Frozen: o vilarejo austríaco foi usado como cenário para uma famosa série de TV do país, chamada Spring Waltz.

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Outro fato curioso é que, em 2012, um magnata chinês mandou construir uma réplica em tamanho real de Hallstatt no meio da província de Guangdong, no sudeste da China. Segundo a Reuters, o projeto custou aproximadamente US$ 940 milhões.

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