Desbravando o continente gelado: como é uma viagem para a Antártida
Custos elevados, cuidados para preservar a natureza e apenas durante alguns meses do ano – as peculiaridades do tour a um dos extremos da Terra

Quando todos os destinos começam a se parecer, há quem opte por adicionar um roteiro mais extremo – e difícil de chegar – ao planejamento de viagem. E poucos lugares do nosso planeta preenchem tão bem o requisito quanto a Antártida, o mais austral dos continentes.
Viajar para o gigante gelado exige planejamento financeiro, disponibilidade de datas e respeito ao ambiente ao redor. Afinal, além dos custos elevados de um trajeto que não é exatamente um pacote turístico habitual, é preciso estar preparado para imprevistos causados pelo clima – e fazer um esforço para sua passagem por lá não afetar ainda mais o já combalido ecossistema de uma região que tem sofrido com as mudanças climáticas.
Como visitar a Antártida
Mesmo com a perda de gelo nas últimas décadas, a Antártida ainda é bem inóspita nos meses mais frios. Por isso, a temporada “turística” do continente é durante o verão do Hemisfério Sul, entre dezembro e março. Essa época também conta com “dias de 24 horas”, devido à latitude, algo que, embora dificulte o sono, é fundamental para poder aproveitar melhor a experiência.
Ainda que seja possível ir para a Antártida de avião ou helicóptero, pagando mais caro, os trajetos mais comuns são feitos de barco. Os dois portos de saída costumam ser o de Punta Arenas, no Chile, e o de Ushuaia, na Argentina, a partir dos quais ainda é preciso percorrer cerca de 1 mil quilômetros para chegar na borda mais próxima do continente gelado.

O preço do pacote varia muito de acordo com a empresa, o número de dias que você pretende ficar, o tipo de barco e as atividades contratadas no destino. Em média, uma viagem “simples” de barco até a Antártida custa em torno de US$ 8,5 mil por pessoa, mas há pacotes para todos os bolsos, e alguns superam facilmente os US$ 100 mil. Operadoras no Brasil como Kangaroo Tours, R11 Travel, Cia Marítima e Pier 1 vendem pacotes variados de diversas armadoras.
Também é possível contratar um barco de forma particular, uma opção que acaba saindo bem mais cara e só costuma ser indicada para grupos grandes – ou se você tem muito dinheiro no bolso para bancar uma experiência exclusiva.
Cuidados na viagem
O ponto básico de atenção ao ir para a Antártida é se preparar para o frio. Mesmo no auge do verão, as temperaturas negativas costumam aparecer. As áreas costeiras tendem a ser menos frias, enquanto o interior do continente – bem menos visitado por turistas – permanece gelado. De modo geral, as temperaturas médias oscilam entre 3 graus negativos e 10 positivos, mas é claro que pode haver variações dependendo do momento específico em que se visita. As armadoras costumam passar todas as orientações e também orientam sobre fornecimento ou compra de roupas de frio.
Além disso, empresas devem seguir regras para garantir o mínimo de vestígios da passagem humana pelo lugar. Como a Antártida não pertence a um país, as regras são determinadas por meio da cooperação internacional – empresas vinculadas à IAATO (Associação Internacional das Operadoras de Turismo Antártico) seguem protocolos para garantir a conservação, além de convenções que não permitem o desembarque de cruzeiros com passageiros demais – por isso, é bom ter atenção ao tamanho do barco antes de comprar a passagem. Confira algumas das regras.
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