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Deserto do Atacama: de zero a 30 graus em um mesmo dia

Em um dos lugares mais secos e áridos do mundo, tanto o biquíni quanto o casacão se mostraram itens de primeira necessidade

Por Paula Varejão
3 jun 2024, 20h00

Deserto e água parecem não combinar muito, ainda mais quando se trata do Atacama, no Chile, o lugar em que menos chove no planeta. Mas, acredite se quiser, o biquíni foi uma peça fundamental durante os sete dias em que passei por lá no mês de abril, alguns anos atrás. Biquíni que, inclusive, dividiu espaço com um pesado casacão, já que no Atacama é assim: o dia pode amanhecer abaixo de zero e facilmente passar dos 30 graus à tarde. Você sai cedo toda agasalhada no deserto mais árido do mundo e, horas depois, pode estar curtindo um mergulho delicioso.

Imagine, por exemplo, cair na água e não afundar. É o que acontece na Laguna Cejar,lagoa mais salgada do mundo (mais até que o Mar Morto). A concentração de sal é tanta que a água chega a ser mais densa que o corpo e, por isso, tudo o que cai ali dentro boia. Ler o jornal, tomar um drinque e rodopiar sobre o próprio eixo feito uma criança feliz são atividades muito indicadas. Quando saí da água, meu cabelo parecia uma palha, e o corpo, um pedaço de carne pronto para ser levado à churrasqueira, mas nada que uma ducha não resolvesse.

Cenário completamente diferente são as Termas de Puritama. Ao todo, oito piscinas naturais quentes e muito cristalinas dentro de um cânion mais parecem um oásis no meio do deserto. O magma vulcânico presente em abundância na região esquenta a pedra que, por sua vez, esquenta a água, formando deliciosos ofurôs naturais. A água chega a 36 graus e, por sorte, sem nenhum grão de sal.

Outro imperdível são os Gêiseres del Tatio, que visitamos às 4 da madrugada, com temperaturas de menos 10 graus! As grandes colunas de vapor d’água expulsas da terra é um dos fenômenos mais bonitos da natureza. Na sequência, fomos às Termas del Tatio, uma grande piscina natural onde poucas pessoas do nosso grupo ousaram se desempacotar e submergir na água quentinha. Eu encarei. Foram dois minutos de sofrimento para tirar os casacos, mas logo relaxei em meio à fumacinha que saía da água e ainda tinha aquela vista para a Cordilheira dos Andes!

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