Monte Chacaltaya: a mais alta estação de esqui do mundo que virou

O Chacaltaya já foi a única estação de esqui da Bolívia, e era ainda mais famoso por outro título: o pico mais alto do mundo destinado à prática desse esporte. Não era à toa, já que o cume do Monte Chacaltaya atinge 5.420 metros acima do nível do mar. Mas, da antiga fama, o local só mantém a neve no nome, que significa “caminho gelado” no idioma Aimará, o povo indígena predominante na região.

Fazendo parte do trecho boliviano da Cordilheira dos Andes, o Chacaltaya abrigava uma geleira que se acreditava perene, com idade estimada em 18 mil anos – mas que passou por um brusco processo de degelo nos últimos 70 anos, por conta das mudanças climáticas que reduziram as precipitações na área.

Esse processo virou um problema para o abastecimento de água nas cidades vizinhas e também nas plantações agrícolas, que dependiam dos córregos formados pelo degelo sazonal do Chacaltaya para se abastecer nas épocas de seca.

O turismo, é claro, também se viu afetado: hoje, o esqui é praticamente inviável na área, reduzido a uma pequena pista de 200 metros que só recebe neve suficiente em momentos esporádicos e às vezes passa anos inteiros sem formação efetiva de gelo. A solução foi converter o espaço para a prática de trilhas.

Como é a passeio até o Monte Chacaltaya

Apesar de não oferecer mais a possibilidade de visitar a estação de esqui, oficialmente desativada em 2002, o passeio ainda possibilita uma dose de aventura. A maioria dos tours guiados – geralmente iniciados em La Paz – cumprem grande parte dos trajetos de carro ou van, num caminho sinuoso e com estradas estreitas, além, claro, da subida constante.

Uma das paradas mais comuns das excursões ocorre num mirante para encarar a imponência do Huayna Potosí, uma montanha com o topo atingindo 6.088 metros.

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Mesmo que boa parte da elevação seja vencida ainda dentro de um carro, o impacto da elevação e o ar rarefeito são sentidos até por aqueles com um condicionamento físico um pouco melhor. As estradas chegam até a antiga estação de esqui, que já proporciona uma vista privilegiada das lagunas coloridas e do relevo montanhoso da região. O trecho entre a estação e o pico é menor que 600 metros de caminhada, mas, tanto pela elevação constante quanto pela pressão atmosférica, esse último pedaço é especialmente difícil de ser percorrido.

Além da vista panorâmica para todo o horizonte, o topo da montanha é umas das poucas partes onde a neve ainda pode ser vista em algumas épocas do ano. Uma paisagem que, literalmente, deixa o visitante sem ar.

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