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Museu Britânico nega devolução de mármores do Partenon

Conhecidas como "Mármores de Elgin", as peças de 2.500 anos não devem retornar ao seu local de origem na Grécia

Por Duda Vasconcellos
Atualizado em 24 jan 2023, 15h00 - Publicado em 6 jan 2023, 15h47
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A Secretária de Estado para a Cultura, Meios de Comunicação e Esporte do Reino Unido, Michelle Donelan, disse em entrevista à BBC News no dia 11 de janeiro que o Museu Britânico em Londres não devolverá os Mármores de Elgin para a Grécia. A declaração pôs fim às expectativas geradas no início pelo jornal britânico The Telegraph, que afirmou que o presidente do museu, George Osb

As peças possuem mais de 2.500 anos e representam mais da metade das esculturas sobreviventes da decoração do Partenon na Acrópole de Atenas. Elas foram levadas para a Grã-Bretanha em 1806 por Lorde Elgin (por isso o nome), embaixador do Império Otomano que, na época, dominava os territórios gregos.

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A Grécia reivindica a devolução das obras de arte pelo menos desde a sua independência em 1832, sem sucesso. A declaração de Donelan pôs fim às expectativas geradas no início do mês pelo jornal britânico The Telegraph, que afirmou que o presidente do Museu Britânico, George Osborne, estava negociando um acordo de “empréstimo” que iria repatriar as peças através de um “intercâmbio cultural”.

De acordo com o jornal, a lei britânica impede que tesouros sejam legalmente devolvidos às suas nações de origem. Por isso, a ideia era que os Mármores de Elgin fossem enviados para Atenas como um “empréstimo de longo prazo” e que outras antiguidades gregas fossem transferidas para Londres em troca.

Ainda não se sabe se a Grécia pretende continuar sua batalha pela posse legal dos Mármores de Elgin.

Mármores de Elgin, Museu Britânico, Londres, Inglaterra
Os Mármores de Elgin incluem painéis, frisos e também esculturas que decoravam o Partenon. (Txllxt TxllxT/Wikimedia Commons)
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Em dezembro, o Papa Francisco anunciou que o Vaticano devolverá outros três fragmentos dos Mármores de Elgin que estão expostos nos Museus do Vaticano há séculos. As peças serão transferidas para o líder da Igreja Ortodoxa Grega, o arcebispo Ieronymos III, como símbolo da amizade ecumênica entre as duas igrejas. O movimento poderia estar pressionando o Museu Britânico a também encontrar uma solução para a questão.

O primeiro-ministro Boris Johnson chegou a se pronunciar sobre o assunto em março de 2022, quando afirmou que as peças foram legalmente adquiridas por Lorde Elgin sob as leis vigentes na época. O posicionamento do Museu Britânico até então era que as esculturas são parte vital da “interconexão global que existe dentro do museu, porque tem elementos das culturas grega, egípcia, persa e romana”.

Há décadas, o governo britânico vinha repetindo que a Grécia não possuía um local adequado para guardar as relíquias da Antiguidade, mas o argumento perdeu força em 2009, quando foi reinaugurado o Museu da Acrópole de Atenas. O novo projeto foi desenvolvido para resistir até a terremotos.

Museu da Acrópole de Atenas, Atenas, Grécia
O Museu da Acrópole de Atenas exibe peças originais do Partenon e cópias de fragmentos que acabaram em coleções estrangeiras. (Holger Uwe Schmitt/Wikimedia Commons)
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Vem crescendo o número de nações que reivindicam a devolução de artigos roubados por colonizadores como forma de reparação histórica – esse assunto já foi inclusive tema de um texto na coluna de Adriana Setti na VT.

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