Os encantos de Ravello, preciosidade da Costa Amalfitana

Com villas históricas cultuadas por seus belvederes, vilarejo descortina algumas das vistas mais cinematográficas da Itália

Por Maurício Brum
Atualizado em 28 mar 2025, 23h27 - Publicado em 28 mar 2025, 18h00
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Paisagens de Ravello inspiraram gerações de artistas que visitaram a região (Kevin McMahon/Unsplash)
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O nome de Ravello, uma pequena comuna de apenas 2,5 mil habitantes na província de Salerno, talvez não pareça familiar quando você escuta pela primeira vez. Mas basta ver uma foto tirada de lá para saber do que se está falando: é nessa localidade, reconhecida pela Unesco como um Patrimônio da Humanidade em 1997, que ficam algumas das paisagens mais cênicas da concorridíssima Costa Amalfitana, na Itália.

Com villas históricas que incluem belvederes de tirar o fôlego e várias casinhas pontilhando as encostas verdes dos morros que se inclinam até o Mar Tirreno, Ravello é um destino pitoresco para incluir em uma viagem pelo litoral da Itália. E, apesar de render algumas das imagens mais conhecidas da região, ainda é relativamente menos concorrida por não estar no nível da praia – a parte historicamente habitada fica escarpa acima, a 365 metros do nível do mar.

Para os viajantes brasileiros, uma curiosidade a mais: além de construções tradicionais, Ravello tem em sua paisagem um (polêmico) auditório projetado por Oscar Niemeyer, com elementos que lembram o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o “Museu do Olho” – que oficialmente leva o nome do arquiteto – em Curitiba.

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Os jardins da Villa Rufolo (Mentnafunangann/CC BY-SA 3.0/Wikimedia Commons)

Villas imperdíveis em Ravello

Além de apreciar o relevo típico da Costa Amalfitana, que tem em Ravello alguns dos mirantes mais cultuados da região, duas villas compõem o roteiro obrigatório pela cidadezinha. A mais antiga delas é a Villa Cimbrone, uma propriedade de frente para o mar construída originalmente no século 11, que pertenceu a famílias nobres da região antes de ser incorporada a um mosteiro.

Ao longo dos séculos de história em que passou de mão em mão, a Cimbrone ganhou jardins, um claustro em estilo gótico e terraços. O lugar mais famoso na villa é a Terrazza dell’Infinito, um belvedere decorado com bustos em mármore onde é possível observar o encontro do mar com o céu sem qualquer obstrução por vários quilômetros – daí o nome.

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A outra villa famosa de Ravello é a Rufolo, também reverenciada por seus jardins de frente para as paisagens características da região. Construída no século 13, essa propriedade passou por grandes reformas no século 19, época em que inspirou o compositor alemão Richard Wagner a concluir o segundo ato de sua ópera Parsifal.

Essa influência wagneriana, aliás, faz com que Ravello celebre seu legado artístico até hoje. A localidade se intitula “la città della musica” (a cidade da música) e a cada verão, desde 1953, realiza o Ravello Festival, que tem como ponto alto as apresentações de orquestra a céu aberto nos mesmos jardins da Villa Rufolo que inspiraram Wagner.

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Ravello: refúgio idílico na Costa Amalfitana (dmadventure/Unsplash)

Auditório de Niemeyer contrasta com arquitetura da comuna

Toda a cidadezinha garante cenários com construções históricas bem típicas dessa parte da Itália. Mas, a cerca de 350 metros da principal igreja local e da entrada da Villa Rufolo, também é possível visitar uma estrutura muito diferente do resto da vizinhança: o Auditório Oscar Niemeyer, inaugurado em 2011 e assinado pelo brasileiro, que morreria no ano seguinte.

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Auditório é usado para apresentações musicais e exposições de artes plásticas (Greymouser/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons)

Entregue à cidade como uma nova opção para os concertos celebrados anualmente por ali, o auditório foi financiado pela União Europeia e custou 18,5 milhões de euros, mas levou mais de uma década para ser concluído – devido às polêmicas em torno da obra. Organizações de preservação do patrimônio arquitetônico barraram os trabalhos com base em uma lei de Ravello que impedia novas construções na cidade, e a estrutura de Niemeyer só saiu do chão após longas batalhas judiciais.

Apesar da controvérsia, o auditório rapidamente virou outro famoso marco da cidade. Com um formato que lembra um “olho”, como o do Museu Oscar Niemeyer no Paraná, a obra também costuma ser comparada ao MAC de Niterói, já que fica voltada para o mar intensamente azul, em um ponto elevado. Hoje, além de apresentações musicais, o auditório também é um centro de exposições de artes plásticas, recebendo mostras temporárias de pinturas e esculturas.

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