A pequena cidade de Faro, na famosa região do Algarve, possui atrações que preservam a história de vários períodos diferentes da humanidade. Os primeiros marcos da presença humana na região datam do século 4 a.C, quando o local era um importante centro comercial. Ao longo da história, a região esteve sob domínio fenício, romano, visigodo e árabe.
Uma viagem pelo Algarve não deve se limitar a Faro, afinal, há muito o que fazer por lá. A cidade tem pouco mais de 100 mil habitantes e um bem conservado centro histórico, que é cercado por muralhas e está pontilhado de ruas calçadas, casarões dos séculos 18 e 19. Seu coração é o Largo da Sé, recheado de laranjeiras, onde fica o Paço Episcopal. Preste atenção no lindo Arco da Vila, de 1812. Com mais de 5 quilômetros de extensão, a praia local fica na Ilha de Faro, uma língua de areia bem em frente à cidade e ao aeroporto que tem, de um lado, o mar; do outro, a ria. Há uma boa infraestrutura, com bares, restaurantes e centros de esportes náuticos.
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Como chegar em Faro
O Aeroporto Internacional de Faro recebe voos diretos de mais de 30 localidades da Europa. Outra possibilidade é viajar de ônibus desde Lisboa – um trajeto de aproximadamente 3 horas e meia – ou de Sevilha, na Espanha – levando entre 2 horas e meia a 3 horas de viagem –, com atenção aos trâmites alfandegários. Você também pode viajar de trem desde Lisboa (2h50).
Roteiro em Faro, dia 1: comece pela história
Tudo começa no Arco da Vila, o principal acesso ao interior da parte histórica da cidade. Inaugurado em 1812, o arco atual resguarda em seu interior uma parte das muralhas mouras que cercavam Faro durante a dominação árabe da península ibérica. Depois da conquista portuguesa no século 13, a cidade foi nomeada como Santa Maria de Faaron, nome que posteriormente tornou-se apenas Faro.
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Próximo do Arco fica o Museu Municipal de Faro (2 euros). O prédio onde funciona a instituição é classificado como Monumento Nacional e é o local onde funcionou um convento entre os séculos 16 e 19. O acervo é formado por objetos preservados de todos os tempos históricos aos quais a cidade resistiu.
Além de escritos em pedra de cidadãos romanos que viveram na região durante a época em que era chamada de Ossonoba, o museu também conserva esculturas e pinturas nos estilos barroco, rococó e neoclássico. A cereja do bolo é um grande mosaico romano datado, estima-se, entre 2 e 3 d.C. que retrata o rosto do deus Oceanus. O museu dispõe de um tour virtual.
Outra parada do dia é a Sé Catedral de Faro, uma igreja que já chama a atenção pelo seu exterior com uma parte da estrutura em pedra aparente. Erguida sobre as ruínas de vários templos que existiram ali ao longo dos séculos, a igreja é um local em que a religiosidade transcende a história. Fala-se muito da vista para a cidade, que de fato é linda, mas a igreja não fica atrás.
A fachada relativamente simples esconde os múltiplos tesouros preservados em seu interior, a começar pela coleção de retábulos ricamente decorados, bem como o teto e as paredes. As capelas são revestidas com azulejos portugueses do século 18 e há ainda um órgão barroco do mesmo período, decorado com motivos orientais conhecidos como chinoiseries. Comprando um bilhete de 5 euros, o visitante pode explorar o complexo da igreja que também inclui uma capela de ossos, o Museu Catedralício e uma subida na torre com vista para a Ria Formosa.
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Pela região central estão vários ótimos restaurantes para experimentar durante a sua estadia. O Vila Adentro tem um elogiado menu com frutos do mar e uma saborosa carta de vinhos que podem ser apreciados no espaço com decoração em azulejaria portuguesa ou ao ar livre. Outra opção é a Taberna Modesto com vários pratos típicos portugueses. O Castelo Faro oferece os sabores clássicos da região com uma bela vista para as águas da Ria Formosa.
Dia 2: hora de relaxar
Aproveite para fazer o passeio pela ilha-barreira no Parque Natural da Ria Formosa conhecida no lado nascente como Ilha da Culatra e no lado poente como Ilha do Farol. Essa formação natural entre as cidades de Faro e Olhão tem uma pequena povoação que originalmente era uma comunidade de pescadores e, hoje em dia, vive basicamente do turismo.
Para chegar à ilha, a partida é no cais Cais da Porta Nova (também conhecido como Cais das Portas do Mar), junto às muralhas, perto da marina. De lá o transporte por ferry leva cerca de 40 minutos até a Ilha do Farol. Na hora de embarcar, fique atento aos horários de transporte para não perder o último barco de volta para Faro. Se preferir, é possível contratar o seu próprio passeio por agências locais.
A Ilha do Farol é um lugar agradável com belas casas decoradas, mas o destaque vai para a belíssima praia com uma larga faixa de areia quase deserta. Na parte mais povoada da ilha existem vários bares e restaurantes, bem como serviços de aluguel de espreguiçadeiras e guarda-sol.
Em um percurso de aproximadamente 6 km de extensão sobre os passadiços de madeira e pela areia é possível alcançar o Farol do Cabo de Santa Maria, cuja construção se iniciou em 1851. A torre tem 46 metros de altura e é visitável toda quarta-feira, caso tenha disposição para vencer os 220 degraus até o topo do Farol.
Dia 3: prédios icônicos
No último dia em Faro, uma cidade com tantas histórias, ainda existem muitas opções de atrações que contemplam todos os gostos, como o Teatro Lethes e a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo.
Vale a pena conhecer a Ermida de Santo Antônio do Alto, uma igreja dedicada a Santo Antônio construída no local mais alto da cidade em meados do século 14. A visita, que funciona de terça a sábado – das 9h às 13h e das 13h30 às 15h30 – é gratuita e oferece uma vista panorâmica da cidade no alto da torre. O interior da igreja tem decorações nos estilos manuelino, barroco e rococó, com obras entalhadas em madeira.
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Para encerrar a viagem em grande estilo, o destino é o Palácio Belmarço, um palacete em estilo eclético e revivalista construído no início do século 20 como residência para nobres da cidade. Classificado como Monumento de Interesse Público, tem decoração com painéis de azulejos e elementos da art nouveau. Hoje, o local funciona como um edifício de tour-histórico e enólogo de uma vinícola local e, para visitá-lo, basta reservar uma prova de vinhos.
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