Últimas décadas de Michelangelo são destaque em Londres

Obras, cartas e documentos que trazem à luz a mente do gênio italiano na velhice estão expostos no Museu Britânico

Por Gabriel Bortulini
16 jun 2024, 15h00
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Aberta por tempo limitado, exposição fica na sala 35 do museu (Luke Massey & the Greater London National Park City Initiative/Wikimedia Commons)
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Até o próximo dia 28 de julho, obras das décadas finais da vida de Michelangelo seguem em exposição no Museu Britânico, em Londres. Intitulada Michelangelo: The Last Decades, a mostra tem o foco nos trabalhos do gênio renascentista após seu retorno a Roma, nos seus últimos trinta anos – entre as décadas de 1530 e 1560.

Na época, Michelangelo já era um nome prestigiado como um dos maiores artistas europeus. Seu currículo incluía, àquela altura, a famosa estátua de David, elaborada em mármore de Carrara e exposta até hoje na cidade italiana de Florença na Galleria dell’Accademia.

Retorno de Michelangelo a Roma é pano de fundo da exposição

Aos 59 anos, uma idade avançada para a época, Michelangelo retornou a Roma por encomenda do Papa Clemente VII. O pedido resultou no afresco “Juízo Final”, pintado atrás do altar da Capela Sistina, no Vaticano.

Quase sexagenário, o artista era considerado velho pelos seus colegas contemporâneos, mas a volta à Cidade Eterna acabou inaugurando um novo ciclo na carreira do artista: possibilitou o reencontro com amigos, companheiros de trabalho, e uma série de novas encomendas que seguiriam pontilhando sua trajetória, que ainda se estenderia até a morte aos 88 anos.

As obras que seguiram a partir de então marcam uma nova e importante fase do artista em sua maturidade técnica e intelectual.

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Mostra vai além das obras do artista

A mostra em cartaz evidencia, justamente, as décadas entre esse retorno a Roma e o final da vida de Michelangelo. Além das obras do italiano, a exposição apresenta documentos, poemas e cartas assinadas pelo renascentista.

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Assim, é possível entrar em contato não apenas com a parte artística, mas com a subjetividade de um homem já consagrado que se reinventava na velhice. As cartas, por exemplo, defrontam o visitante com um gênio muitas vezes exausto diante da falta de compreensão por parte daqueles que encomendavam as obras.

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Algumas das peças em destaque compõem o conjunto de estudos que serviram como base para a pintura do afresco “Juízo Final”, na Capela Sistina. Os visitantes também podem encontrar desenhos como “O Castigo de Tício”, de 1532, e “Cristo na Cruz entre a Virgem e São João”, produzida entre 1555 e 1564, entre outros desenhos com o tema da crucificação.

A curadoria da exposição é de responsabilidade de Sarah Vowles.

Visitação aberta todos os dias da semana

A exposição ocorre diariamente desde o início de maio e fica em cartaz até 28 de julho, das 10h às 17h, com exceção das sextas-feiras, em que o horário de encerramento ocorre às 20h30.

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A entrada custa £18 (cerca de R$ 120,00) e os ingressos podem ser adquiridos no site do Museu Britânico. A exibição está na Sala 35 do museu, que disponibiliza um mapa para localizar o espaço. A entrada para visitar o acervo permanente do Museu Britânico é gratuita.

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