Whittier: a cidade do Alasca em que quase todos vivem no mesmo prédio
Único edifício da cidade é equipado com diversos serviços essenciais e até recebe visitantes, embora os maiores atrativos fiquem na natureza ao redor
Já imaginou morar em um lugar em que não é preciso sair de casa para nada? Algo como uma cidade inteira distribuída em um único prédio, munido de mercados, assistência médica e até polícia. Esse é o caso de Whittier, uma cidade peculiar localizada no estado do Alasca, nos Estados Unidos. Com uma população de cerca de pouco menos de 300 habitantes, o local se diferencia pela maioria de seus residentes – cerca de 73% deles, para ser mais exata – viverem em um único edifício de 14 andares, o Begich Towers.
História de Whittier
A cidade foi inicialmente estabelecida durante a Segunda Guerra Mundial, como uma base militar. Sua fundação estava diretamente ligada à necessidade de criar um ponto estratégico para operações militares, aproveitando sua localização isolada e de difícil acesso, o que proporcionava segurança e discrição.
Após alguns anos, Whittier continuou a ser usada durante a Guerra Fria. Foi nesse período que o Begich Towers foi construído – inicialmente dividido em um prédio chamado Edifício Buckner (abandonado após um terremoto em 1964) e as Torres Begich.
As Torres Begich tornaram-se, em 1969, uma residência civil. Hoje, o prédio multifuncional inclui moradias e uma variedade de serviços essenciais, o que proporciona um ambiente autossuficiente denominado Begich Towers Incorporated (BTI), que abriga quase todos os moradores da cidade.
Turismo em Whittier
Sim, são permitidas visitas e turismo no local, mas, por ser minúscula, a cidade geralmente serve como ponto portuário.
Os principais passeios que Whittier oferece são a excursão ao Glaciar Prince William Sound e uma jornada fotográfica local — muito propícia, pois a região é cercada por paisagens deslumbrantes típicas do Alasca, incluindo fiordes e montanhas cobertas de neve.
A própria página turística da cidade indica como melhores opções aproveitar a natureza ao redor, em trilhas e piqueniques. Também existe um pequeno museu contando a história de personagens do Alasca: o Prince William Sound Museum localiza-se no Anchor Inn, um hotel próximo ao porto. A entrada custa US$ 5.
Como chegar a Whittier
Whittier fica a cerca de 1h20 de carro saindo de Anchorage, a capital do Alasca. A primeira parte do caminho é feito pela rodovia estadual número 1, ou AK-1, e depois é preciso pegar um desvio para a estrada que chega à cidade. Quase toda a rota é cênica, à beira das águas geladas do extremo norte das Américas.
Já no final do trajeto, é preciso cruzar o Anton Anderson Memorial Tunnel, um túnel rodoviário que se estende por aproximadamente 4,5 km, compartilhado por carros e trens. Nele, o tráfego é coordenado de forma alternada para permitir a passagem em ambas as direções, então o percurso pode ser um tanto demorado.
Clima em Whittier
De forma geral, o clima da região é extremo, com invernos rigorosos e verões curtos e frescos, o que influencia significativamente o estilo de vida dos moradores e as atividades econômicas locais, que são principalmente focadas no turismo e na pesca.
É recomendado usar roupas quentes e estar preparado para um frio de tremer os ossos, já que as temperaturas no Alasca são baixas e imprevisíveis. Mesmo no verão, há dias em que os termômetros podem oscilar perto de 0º, e a média diária raramente supera os 14°C . Já no inverno, uma época em que os caminhos também podem ficar impraticáveis, Whittier chega a registrar temperaturas de -30ºC.
Além de agasalhos, é aconselhável ter camadas térmicas, botas impermeáveis e acessórios como gorros e luvas em qualquer época do ano.
