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48 Horas em Nova York para experts

Nada de Empire State ou Estátua da Liberdade, conheça NY com os olhos de um local

Por Luna Kalil, de Nova York
Atualizado em 19 jul 2021, 12h48 - Publicado em 24 set 2012, 17h05

Um especialista em Nova York troca o Central pelo Prospect Park, um restaurante japonês da moda pelas comidas típicas e mesas apertadas de Japan Town e um musical por uma peça hype da Broadway. Quem já conhece bem a cidade vai atrás de novos ângulos para ver o skyline de Manhattan e também dos bairros que despontarão no futuro.

Este roteiro 48 Horas em Nova York para Experts dá dicas e sugere lugares e passeios diferentes para quem quer explorar a Big Apple como um turista experimentado (ou quase como um nova-iorquino). Porém, se você visita a cidade pela primeira vez, opte pelo roteiro básico para iniciantes.

Dia 1 – Manhattan e Queens

Não tem experiência mais nova-iorquina do que começar o dia com uma big refeição com direito a café, eggs benedict, sanduíches gourmet e coquetéis, numa manhã de sábado ou domingo. Sempre oferecido aos finais de semana até o meio da tarde, o momento do brunch é perfeito para encontrar amigos, um date (ficante) ou reunir a família. O Sarabeth’s (339 Greenwich Street), com 5 unidades em Manhattan, e o descolado 44&X (622 10th Avenue), no Hell’s Kitchen, têm cardápios de brunch bem completos, com opções de omeletes diferentes e pães e bolos fresquinhos (e muito saborosos).

Já conhece o miolo de Manhattan de cabo a rabo? Faça então um passeio pelo Hudson River Park, no extremo oeste da ilha, uma região em expansão e menos explorada por turistas. Há pistas de corrida e ciclovias que margeiam o rio e de onde se avista o skyline de Hoboken e Jersey City, em New Jersey. Siga para o sul da ilha, na direção da torre One World Trade Center, o mais novo e mais alto edifício da cidade, ainda em construção (a previsão de inauguração é no início de 2014), que pode ser visto durante todo o trajeto. Atrações não faltam pelo caminho: gramados para relaxar, monumentos, quadras, píers e restaurantes. Muitos eventos free acontecem nesses parques, de ioga e passeio de caiaque a shows, cinema ao ar livre e performances (principalmente durante o verão).

A ciclovia do Hudson termina na região conhecida como Lower Manhattan, que tem recebido incentivos do governo da cidade para atrair mais turistas. É lá que ficam os já conhecidos 9/11 Memorial, a famosa Wall Street, as ruas de pedra de South Street Seaport e o Píer 17, por onde passam 9 milhões de visitantes todos os anos. Nessa mesma zona, dois museus menos explorados são o Skyscraper Museum, único museu dos arranha-céus no mundo, e o Museum of Jewish Heritage, dedicado à história dos judeus nos séculos 20 e 21, cuja estrutura de mármore por si só já vale a passadinha.

Que tal aproveitar a tarde para dar um pulinho no Queens? Tome a East River Ferry NY Waterway por US$ 4 no píer 11 (na direção da 34th Street), próximo a Wall Street, e desça em Long Island City. O “ônibus aquático” funciona todos os dias da semana (veja os horários no site do NY Waterway) e faz o trajeto Wall St-Brooklyn-Queens-34th Street East em menos de 30 minutos – o passeio possibilita fazer fotos sensacionais das pontes do Brooklyn, Manhattan e Williamsburg Bridge.

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Long Island City (ou LIC como os nova-iorquinos gostam de abreviar) tem uma das vistas mais lindas de Manhattan. Novos hotéis e restaurantes estão abrindo nessa região, que também passa por uma rápida expansão imobiliária. Para tirar fotos, vá até o Gantry Plaza State Park, na beira do rio, onde fica o famoso letreiro da Pepsi-Cola, e também não deixe de dar uma passadinha no PS1, o irmão descolado do MoMA. Pertinho dali, no bairro vizinho, Astoria, vale visitar o Museum of Moving Image, um museu dedicado às artes visuais e sonoras, que tem um acervo de mais de 1.400 objetos como câmeras, projetores de vídeo, figurinos e máscaras usados em filmes famosos, além de vários “brinquedos interativos” para quem quer experimentar dublagem e técnicas de pós-produção, efeitos sonoros e stop-motion.

Para tomar um café, almoçar ou jantar, explore a Vernon Boulevard, uma das principais avenidas da região. O Tuk Tuk (49-06 Vernon Blvd.) serve comida tailandesa a preços bem razoáveis e o L.I.C. Bar (45-58 Vernon Blvd) tem música ao vivo e stand-up comedy (às quintas).

Cansou dos musicais convencionais e quer dar um upgrade? Para ter uma experiência teatral diferente e curtir um hit cool de Nova York vá ao Sleep no More. A clássica tragédia de Shakespeare MacBeth é contada através de pequenas cenas, que acontecem simultaneamente em vários ambientes do hotel McKittrick, no Chelsea, e os visitantes recebem uma máscara que deve ser usada até o final da performance. Imperdível!

9/11 Memorial, Ground Zero, Nova York, EUA 9/11 Memorial, Ground Zero, Nova York, EUA

Memorial do 11 de Setembro, em Lower Manhattan. Crédito: Chip Somodevilla/Getty Images

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Dia 2 – Brooklyn e Manhattan

Bora pro miolo do Brooklyn? Dumbo e Williamsburg, bairros próximos ao East River e a uma estação de metrô de Manhattan, já viraram quase parada obrigatória para os turistas que querem conhecer lojinhas de roupa vintage e de produtos de design e cafés moderninhos. O expert em Nova York, porém, entra mais no Brooklyn e explora partes que os turistas convencionais não costumam chegar.

Que o Central Park é o maior parque e o coração de Manhattan, a gente já está cansado de saber. Mas que existe um parque tão bacana quanto no “meio” do Brooklyn, bom, isso é só para os mais antenados. O Prospect Park tem pista de corrida, ciclovia e áreas verdes gigantescas para piquenique e até grelhas a disposição para quem quiser fazer churrasco. Durante o verão, o evento de música e performances ao ar livre Celebrate Brooklyn! toma conta do local. É nos arredores do parque também que ficam o Brooklyn Museum, o segundo maior de Nova York, a Brooklyn Library e o Brooklyn Botanic Garden, um dos jardins botânicos mais importantes e reconhecidos dos EUA.

Depois de curtir o bairro como um “brooklyner”, volte para Manhattan e siga para a St Marks Pl., uma das ruas de Japan Town, no moderninho East Village. Você vai se sentir numa espécie de Tóquio nova-iorquina: os restaurantes costumam ser apertados, as mesas pequenas, mas a comida é bem tradicional (nada de sushi) e muito boa. Três endereços que fazem a fama do bairro são: Kenka (25 St Marks Pl.), o mais concorrido, Oh Taisho (9 Saint Marks Pl.) e o Village Yokocho (8 Stuyvesant Street), no primeiro andar de um predinho na Stuyvesant Street. Quer ir para outro pais da Ásia sem sair de Manhattan? A Korea Town fica na região da 32nd e 33rd Streets, nos arredores do Empire State. Uma sugestão é o familiar Kunjip (9 W 32nd Street), que fica aberto 24 horas e tem clima bem familiar.

Fique mais um dia…

– O sul de Manhattan, o Brooklyn e o bairro em ascensão do Queens já foram ‘ticados’ da lista, então é hora de partir para o extremo norte de Manhattan, o famoso Harlem, que também costuma ser menos explorado pelos turistas iniciantes. Comece pelo West Harlem e visite a universidade mais antiga da cidade, a Columbia University, que concentra prédios neoclássicos e oferece palestras gratuitas para quem se interessar. Depois, caminhe até a Dr. Martin Luther King Jr. Boulevard (ou 125th Street) e siga na direção leste, onde estão o Apollo Theater, famoso por ter lançado artistas como Aretha Franklin, Michael Jackson e Ella Fitzgerald (às quartas acontecem as noites de amadores, uma espécie de competição de  performances musicais) e o restaurante Red Rooster (310 Lenox Avenue), na esquina da 125th com a Lenox Avenue, do premiado chef Marcus Samuelsson.

– O Dia:Beacon, em Beacon, a 1 hora e pouco de Manhattan é um passeio perfeito para um final de semana. A galeria de arte lembra Inhotim, em Minas Gerais, e é cercada de verde. O melhor é pegar o trem que sai da Grand Central e sentar do lado esquerdo para apreciar a vista do Hudson Valley.

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– Os nova-iorquinos são fissurados por ioga. Quer ter uma experiência da prática na Big Apple? A Yoga to the People oferece aulas de domingo a domingo e o pagamento é uma doação. Alugue um mat por $1, escolha o valor que quer contribiur e namastê.

– Se tiver um tempo a mais, não deixe de visitar as feiras de rua ao ar livre e os famosos flea markets (mercados de pulga). Vale a pena conhecer a da 39th Street, entre a 9a e a 10a avenidas, e a Brooklyn Flea, em Fort Greene – ambas acontecem somente nos finais de semana. A feirinha de comidinhas Smorgasburg, aos sábados em Williamsburg e aos domingos no Dumbo (não acontece no inverno), é imperdível e reúne sabores do mundo todo.

– A Roosevelt Island, uma ilhota comprida entre Manhattan e Queens que vai receber um campus da Cornell University em 2017, tem um bondinho a la Pão de Açúcar (mais simples), que serve de transporte diário para moradores. Pegue o bondinho em Manhattan, na 59th Street com a 2a Avenida, e use o seu metrocard. O passeio leva cerca de 5 minutos, e a ilha tem uma porção de restaurantes, além de ser uma graça.

-Explore mais o Chelsea: o bairro abriga mais de 200 galerias e algumas delas são bem famosas, como a Gagosian Gallery. Passe na frente do famoso Hotel Chelsea (em restauração) e dê mais um pulinho no High Line Park, sempre com novidades. Dizem que o pôr do sol visto do bairro é um dos mais lindos de Manhattan (principalmente de cima do parque). Ali perto, está a casa de shows Highline Ballroom, uma espécie de Studio SP, com bons shows a preços acessíveis.

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