48 Horas em Nova York para experts
Nada de Empire State ou Estátua da Liberdade, conheça NY com os olhos de um local
Um especialista em Nova York troca o Central pelo Prospect Park, um restaurante japonês da moda pelas comidas típicas e mesas apertadas de Japan Town e um musical por uma peça hype da Broadway. Quem já conhece bem a cidade vai atrás de novos ângulos para ver o skyline de Manhattan e também dos bairros que despontarão no futuro.
Este roteiro 48 Horas em Nova York para Experts dá dicas e sugere lugares e passeios diferentes para quem quer explorar a Big Apple como um turista experimentado (ou quase como um nova-iorquino). Porém, se você visita a cidade pela primeira vez, opte pelo roteiro básico para iniciantes.
Dia 1 – Manhattan e Queens
Não tem experiência mais nova-iorquina do que começar o dia com uma big refeição com direito a café, eggs benedict, sanduíches gourmet e coquetéis, numa manhã de sábado ou domingo. Sempre oferecido aos finais de semana até o meio da tarde, o momento do brunch é perfeito para encontrar amigos, um date (ficante) ou reunir a família. O Sarabeth’s (339 Greenwich Street), com 5 unidades em Manhattan, e o descolado 44&X (622 10th Avenue), no Hell’s Kitchen, têm cardápios de brunch bem completos, com opções de omeletes diferentes e pães e bolos fresquinhos (e muito saborosos).
Já conhece o miolo de Manhattan de cabo a rabo? Faça então um passeio pelo Hudson River Park, no extremo oeste da ilha, uma região em expansão e menos explorada por turistas. Há pistas de corrida e ciclovias que margeiam o rio e de onde se avista o skyline de Hoboken e Jersey City, em New Jersey. Siga para o sul da ilha, na direção da torre One World Trade Center, o mais novo e mais alto edifício da cidade, ainda em construção (a previsão de inauguração é no início de 2014), que pode ser visto durante todo o trajeto. Atrações não faltam pelo caminho: gramados para relaxar, monumentos, quadras, píers e restaurantes. Muitos eventos free acontecem nesses parques, de ioga e passeio de caiaque a shows, cinema ao ar livre e performances (principalmente durante o verão).
A ciclovia do Hudson termina na região conhecida como Lower Manhattan, que tem recebido incentivos do governo da cidade para atrair mais turistas. É lá que ficam os já conhecidos 9/11 Memorial, a famosa Wall Street, as ruas de pedra de South Street Seaport e o Píer 17, por onde passam 9 milhões de visitantes todos os anos. Nessa mesma zona, dois museus menos explorados são o Skyscraper Museum, único museu dos arranha-céus no mundo, e o Museum of Jewish Heritage, dedicado à história dos judeus nos séculos 20 e 21, cuja estrutura de mármore por si só já vale a passadinha.
Que tal aproveitar a tarde para dar um pulinho no Queens? Tome a East River Ferry NY Waterway por US$ 4 no píer 11 (na direção da 34th Street), próximo a Wall Street, e desça em Long Island City. O “ônibus aquático” funciona todos os dias da semana (veja os horários no site do NY Waterway) e faz o trajeto Wall St-Brooklyn-Queens-34th Street East em menos de 30 minutos – o passeio possibilita fazer fotos sensacionais das pontes do Brooklyn, Manhattan e Williamsburg Bridge.
Long Island City (ou LIC como os nova-iorquinos gostam de abreviar) tem uma das vistas mais lindas de Manhattan. Novos hotéis e restaurantes estão abrindo nessa região, que também passa por uma rápida expansão imobiliária. Para tirar fotos, vá até o Gantry Plaza State Park, na beira do rio, onde fica o famoso letreiro da Pepsi-Cola, e também não deixe de dar uma passadinha no PS1, o irmão descolado do MoMA. Pertinho dali, no bairro vizinho, Astoria, vale visitar o Museum of Moving Image, um museu dedicado às artes visuais e sonoras, que tem um acervo de mais de 1.400 objetos como câmeras, projetores de vídeo, figurinos e máscaras usados em filmes famosos, além de vários “brinquedos interativos” para quem quer experimentar dublagem e técnicas de pós-produção, efeitos sonoros e stop-motion.
Para tomar um café, almoçar ou jantar, explore a Vernon Boulevard, uma das principais avenidas da região. O Tuk Tuk (49-06 Vernon Blvd.) serve comida tailandesa a preços bem razoáveis e o L.I.C. Bar (45-58 Vernon Blvd) tem música ao vivo e stand-up comedy (às quintas).
Cansou dos musicais convencionais e quer dar um upgrade? Para ter uma experiência teatral diferente e curtir um hit cool de Nova York vá ao Sleep no More. A clássica tragédia de Shakespeare MacBeth é contada através de pequenas cenas, que acontecem simultaneamente em vários ambientes do hotel McKittrick, no Chelsea, e os visitantes recebem uma máscara que deve ser usada até o final da performance. Imperdível!
9/11 Memorial, Ground Zero, Nova York, EUA
Memorial do 11 de Setembro, em Lower Manhattan. Crédito: Chip Somodevilla/Getty Images
Dia 2 – Brooklyn e Manhattan
Bora pro miolo do Brooklyn? Dumbo e Williamsburg, bairros próximos ao East River e a uma estação de metrô de Manhattan, já viraram quase parada obrigatória para os turistas que querem conhecer lojinhas de roupa vintage e de produtos de design e cafés moderninhos. O expert em Nova York, porém, entra mais no Brooklyn e explora partes que os turistas convencionais não costumam chegar.
Que o Central Park é o maior parque e o coração de Manhattan, a gente já está cansado de saber. Mas que existe um parque tão bacana quanto no “meio” do Brooklyn, bom, isso é só para os mais antenados. O Prospect Park tem pista de corrida, ciclovia e áreas verdes gigantescas para piquenique e até grelhas a disposição para quem quiser fazer churrasco. Durante o verão, o evento de música e performances ao ar livre Celebrate Brooklyn! toma conta do local. É nos arredores do parque também que ficam o Brooklyn Museum, o segundo maior de Nova York, a Brooklyn Library e o Brooklyn Botanic Garden, um dos jardins botânicos mais importantes e reconhecidos dos EUA.
Depois de curtir o bairro como um “brooklyner”, volte para Manhattan e siga para a St Marks Pl., uma das ruas de Japan Town, no moderninho East Village. Você vai se sentir numa espécie de Tóquio nova-iorquina: os restaurantes costumam ser apertados, as mesas pequenas, mas a comida é bem tradicional (nada de sushi) e muito boa. Três endereços que fazem a fama do bairro são: Kenka (25 St Marks Pl.), o mais concorrido, Oh Taisho (9 Saint Marks Pl.) e o Village Yokocho (8 Stuyvesant Street), no primeiro andar de um predinho na Stuyvesant Street. Quer ir para outro pais da Ásia sem sair de Manhattan? A Korea Town fica na região da 32nd e 33rd Streets, nos arredores do Empire State. Uma sugestão é o familiar Kunjip (9 W 32nd Street), que fica aberto 24 horas e tem clima bem familiar.
Fique mais um dia…
– O sul de Manhattan, o Brooklyn e o bairro em ascensão do Queens já foram ‘ticados’ da lista, então é hora de partir para o extremo norte de Manhattan, o famoso Harlem, que também costuma ser menos explorado pelos turistas iniciantes. Comece pelo West Harlem e visite a universidade mais antiga da cidade, a Columbia University, que concentra prédios neoclássicos e oferece palestras gratuitas para quem se interessar. Depois, caminhe até a Dr. Martin Luther King Jr. Boulevard (ou 125th Street) e siga na direção leste, onde estão o Apollo Theater, famoso por ter lançado artistas como Aretha Franklin, Michael Jackson e Ella Fitzgerald (às quartas acontecem as noites de amadores, uma espécie de competição de performances musicais) e o restaurante Red Rooster (310 Lenox Avenue), na esquina da 125th com a Lenox Avenue, do premiado chef Marcus Samuelsson.
– O Dia:Beacon, em Beacon, a 1 hora e pouco de Manhattan é um passeio perfeito para um final de semana. A galeria de arte lembra Inhotim, em Minas Gerais, e é cercada de verde. O melhor é pegar o trem que sai da Grand Central e sentar do lado esquerdo para apreciar a vista do Hudson Valley.
– Os nova-iorquinos são fissurados por ioga. Quer ter uma experiência da prática na Big Apple? A Yoga to the People oferece aulas de domingo a domingo e o pagamento é uma doação. Alugue um mat por $1, escolha o valor que quer contribiur e namastê.
– Se tiver um tempo a mais, não deixe de visitar as feiras de rua ao ar livre e os famosos flea markets (mercados de pulga). Vale a pena conhecer a da 39th Street, entre a 9a e a 10a avenidas, e a Brooklyn Flea, em Fort Greene – ambas acontecem somente nos finais de semana. A feirinha de comidinhas Smorgasburg, aos sábados em Williamsburg e aos domingos no Dumbo (não acontece no inverno), é imperdível e reúne sabores do mundo todo.
– A Roosevelt Island, uma ilhota comprida entre Manhattan e Queens que vai receber um campus da Cornell University em 2017, tem um bondinho a la Pão de Açúcar (mais simples), que serve de transporte diário para moradores. Pegue o bondinho em Manhattan, na 59th Street com a 2a Avenida, e use o seu metrocard. O passeio leva cerca de 5 minutos, e a ilha tem uma porção de restaurantes, além de ser uma graça.
-Explore mais o Chelsea: o bairro abriga mais de 200 galerias e algumas delas são bem famosas, como a Gagosian Gallery. Passe na frente do famoso Hotel Chelsea (em restauração) e dê mais um pulinho no High Line Park, sempre com novidades. Dizem que o pôr do sol visto do bairro é um dos mais lindos de Manhattan (principalmente de cima do parque). Ali perto, está a casa de shows Highline Ballroom, uma espécie de Studio SP, com bons shows a preços acessíveis.
Leia mais:
48 Horas em Nova York para iniciantes
Nova York: onde comer, o que fazer, onde ficar
Especial de compras em Nova York, Orlando e Miami
10 Atrações grátis em Nova York
Os melhores hambúrgueres de Nova York