AMSTERDÃ — 4 noites
A fama de tresloucada de Amsterdã não condiz com a realidade certinha da Holanda. Mesmo a capital é mais careta (no bom sentido) do que se diz.
O lado rebelde está nas vitrines despudoradas e nos coffee shops do Red Light District, que agrada os mochileiros em busca de noitadas. Para a maioria, melhor é aproveitar museus como o incrível Rijksmuseum.
O acervo é enorme, então use o app do museu para seguir um roteiro guiado pelas obras. Ali perto está o Van Gogh Museum, que tem uma baita coleção do holandês que marcou o pós-impressionismo.
Mas, se tiver que escolher apenas um museu, agende uma visita à emocionante Casa de Anne Frank, onde morava a menina judia cuja família se escondeu da perseguição nazista em um anexo da própria casa.
Concluídas as visitas clássicas, aproveite para passear pelos canais do Jordaan para fotografar as casas de tijolinho que são símbolo da cidade.
ROTERDÃ — 1 noite
O contraponto perfeito à capital holandesa está a 40 minutos de trem dali, em Roterdã, referência mundial em arquitetura. Isso porque boa parte dela foi destruída na Segunda Guerra Mundial, e os predinhos terracota, comuns em todo país, deram lugar a maluquices como a Casa Cubo e a Estação Central, dois marcos arquitetônicos locais. Outra invencionice imperdível é o Markthal, de 2014.
O edifício, em forma de ferradura, abriga apartamentos voltados para um colorido pátio interno, onde funciona o mercado central da cidade. Prove, por ali, delícias como um stroopwafel (biscoito recheado com caramelo) quentinho, feito na hora.
BRUXELAS — 2 noites
A capital belga, a 1h10min de Thalys de Roterdã, é tão descolada que o New York Times já a chama de “a próxima Berlim”. A fama vem de lugares como a galeria Office Baroque, que ocupa os galpões de uma antiga cervejaria.
Mas a cidade tem ainda uma miríade de atrações mais tradicionais, como a histórica praça Grand Place, com suas fachadas douradas onde se alinham bares e chocolaterias.
A fama do doce belga, aliás, é mais que justificada: dê um pulinho nas lojas clássicas, como Godiva e Neuhaus, mas deixe para comprar as lembrancinhas da família na Leonidas, também tradicional e um pouco mais barata.
GHENT — 2 noites
A 40 minutos de Bruxelas, esse gracioso reduto universitário entremeado de canais é ainda pouco turístico e sintetiza bem o estilo de vida dos Flandres. Pegue um waffle quentinho numa barraquinha de rua e parta para Gravensteen, um castelo medieval praticamente no meio da cidade.
Para mostrar quem mandava no pedaço, Filipe da Alsácia, conde da província, mandou construir a fortaleza, em 1180. A localização estratégica, no meio do caminho entre Bruxelas e Bruges, faz de Ghent uma boa base para bate e voltas.
BRUGES — Bate e volta
Bem mais famosa que a irmã universitária, Bruges é destino de excursões e pode ficar bem lotada no verão. Não vale a pena tentar resistir aos superturísticos passeios de barco pelos canais e aos restaurantes que servem moules-frites (“mexilhões com fritas”) em mesas na calçada.
Guarde fôlego para subir os 366 degraus até o topo do Campanário de Bruges, de onde se vê toda a cidade. De noite, volta a calmaria das primeiras horas da manhã: se quiser algum agito, volte para Ghent no pôr do sol.
O verão é bom, com clima não muito quente e ruas animadas. Em dezembro, Amsterdã compensa o gelo com o Festival das Luzes, e as cidades belgas organizam mercados de Natal graciosos.
Confira por onde o roteiro passa no Google Maps:
[googlemaps https://www.google.com/maps/d/embed?mid=1HC6oSQCjDLHBNfqT1zrFtslI5tQ&w=640&h=480%5D
Texto publicado na edição 256 da Viagem e Turismo (fevereiro/2017)